Serraria
Sr. Luís Lopes e familiares
Fonte: Revista Itambé, 1984
Segundo o Dr. Mauro Nakamura, a
primeira indústria de Itambé foi a serraria construída pelo fundador de Itambé,
Sr. João Cortez Cappel, a qual foi vendida à família Lopes, que ficava ao sul
da Rua Luís Lopes. Lá eram beneficiados os troncos adquiridos dos proprietários
de terra. Após o beneficiamento, a madeira era vendida para a construção de
casas e tulhas para armazenar café e cereais. Domingos Coneglian, que chegou a
Itambé em 1952, trabalhou nesta serraria e nas terras de Luiz Lopes até
conseguir recursos para adquirir seus próprios lotes.
Funcionários da serraria
Fonte: Família Lopes
A empresa foi vendida para a família Moreschi,
que abriu uma distribuidora de madeira em São Paulo. A fabricação de tacos era
a alavanca da indústria. De acordo com Paulo Paixão, os produtos eram vendidos
naquele estado por seu pai, João Batista Paixão.
Caminhão de toras da Serraria
Fonte: Fátima Moreschi Passareli
Mas com a Revolução de 1964, veio uma grande
crise econômica. Além disso, a madeira saía do Paraná e os caminhões não
conseguiam chegar a São Paulo e, quando chegavam, João não conseguia vendê-la. Para piorar a situação, uma tragédia ocorreu
em 1964, um grande incêndio reduziu toda a estrutura da serraria a cinzas.
Paulo, que era criança na época, disse que do Bairro Moreschi, onde morava, era
possível ver as chamas, cerca de dez quilômetros de distância. No mesmo
período, houve incêndios na ponte do Rio Keller (sentido São Pedro do Ivaí) e
no mangueirão de porcos do Bairro Moreschi. Até hoje, não se sabe a causa dos
incêndios.
Serraria destruída pelo fogo
Fonte: Família Moser Moreschi
Outra indústria que mereceu destaque
foi a de sorvete. O Sr. Paulo Bogenschneider fabricava o produto que vendia em
seu bar. Além destas, o município também contou com indústria de pinga e
desencaroçadora de algodão. No auge da cultura do café, várias fazendas
montaram máquinas de beneficiamento do produto.
Secos e Molhados
Como já mencionado anteriormente, o
primeiro comércio de Itambé foi a venda de secos e molhados do Sr. Paulo Tutti,
instalada na Avenida São João em 1947. Depois surgiram outros armazéns como
este, uma espécie de minimercado. Neles, o cliente não tinha acesso às
mercadorias; num balcão, um funcionário atendia aos pedidos do consumidor.
Havia armazéns também nas comunidades rurais, que eram instalados às margens
das estradas; na área urbana, os portugueses dominavam este tipo de comércio.
Algumas mercadorias como arroz, farinha de trigo, açúcar, entre outras,
chegavam às vendas em sacos de cinquenta quilos. Para o freguês, tais
mercadorias eram postas em sacos de papel, depois pesadas. A soda cáustica,
muito usada para fazer sabão, vinha em barris de cinquenta quilos, era preciso
tirá-la com concha, colocá-la em sacos reforçados com embrulho de jornal. Paulo
Pereira também construiu, de palmito e tabuinha, uma venda de secos e molhados
na Avenida São João, esquina com Rua Luís Lopes.
Armazém de Secos e Molhados, Comercial Lisboa, de José Neves
Fonte: Família Naujalis
Em 1950, foi instalada em Itambé uma
casa no ramo de secos e molhados, material de construção, caça e pesca, armarinhos
em geral, além de comercialização de cereais, que recebeu o nome de Casa
Paraná, de propriedade de Massakasso Honda, conhecido como Oscar Honda. Natural
de Álvares Machado/SP, o Senhor Massakasso mudou-se para Londrina em 1938.
Adquiriu terras e transferiu-se para Itambé em 1946. A Casa Paraná funcionava
na Avenida São João esquina com a Rua Antônio Belasque Garcia. Como era preciso
abrir poços de água nas fazendas e sítios, então a casa vendia explosivos, como
dinamite e demais componentes para a tal finalidade, também eram vendidos fogos
de artifício.
Massakasso
Honda e famíla
Fonte: Paulo
Tadashi Honda
Outra loja de secos e molhados que
merece destaque é a Casa Silva, de propriedade do Senhor José da Silva. A
matriz era em Maringá, na Avenida Herval. Para trabalhar nesta loja, veio para
Itambé um comerciante que se destacou no Município.
Casas Silva
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé
O Senhor José do Rosário Branco é natural
de Pereira do Carvoeiro, Portugal, onde exercia o ofício de agricultor. Devido
à crise em seu país, mudou-se para o Brasil, em 1961, seguindo os parentes. Em
São Paulo, capital, foi caixeiro viajante. Em Araçatuba, trabalhou numa firma
chamada Dias Pastorinho, de secos e molhados. Ele lembra que o serviço era
pesado, carregava fardos de alimentos na cabeça. Depois, em 1963, mudou-se para
Maringá, a fim de trabalhar na J. Silva e Companhia, de propriedade de José da
Silva, também de secos e molhados, com filial em Itambé, São Pedro do Ivaí e
outras cidades. Depois de uma semana de treinamento, no dia 18 de julho, Senhor
José Branco veio então gerenciar a filial de Itambé.
Na geada de 1967, houve uma crise no
comércio, com uma queda de 90% no movimento. Como recebia porcentagem das
vendas, José Branco pensou em abandonar a loja e voltar para Araçatuba, pois já
estava casado e com filhos para sustentar. Mas seu patrão o animou dizendo que,
após seis meses de crise, as vendas iriam melhorar e, enquanto isso não
acontecesse, ele o ajudaria. Então, o jovem comerciante decidiu ficar em
Itambé.
Dez anos depois, comprou a firma do Senhor
José Silva. Do antigo patrão, herdou o apelido, José Branco passou a ser chamado
pelos fregueses de Zé Silva.
O Senhor José, agora Silva, lembra que o
atendimento ao freguês era feito no balcão. O cliente solicitava as mercadorias
e o balconista as recolhia nas prateleiras. Ao final das compras, era feita uma
anotação num caderno e o freguês, se fosse trabalhador meeiro ou proprietário
rural, voltava para pagar na safra, a cada seis meses. Já os empregados
assalariados, pagavam no início de cada mês. Havia também os que pagavam à
vista, mas a maioria comprava “fiado”. José garante que as pessoas honravam
suas dívidas, porque ficar devendo era uma vergonha.
Senhor José do Rosário Branco, um comerciante incansável
Foto: Denizia Moresqui
Ao lado da Casa Silva, havia o
Comercial Lisboa, que também pertencia a um descendente de portugueses, o Sr. José Neves, como todas as casas de
secos e molhados. Esta casa foi comprada por José Branco, que adquiriu ainda
uma padaria e mais dois imóveis na mesma quadra.
Em 1975, José Branco abriu uma
loja de materiais para construção, chamada Comercial Itambé Ltda. Ele também
adquiriu terras e, anos mais tarde, abriu mais uma loja denominada
Distribuidora de Bebidas Benfica Ltda, com filial em Mangadaçu/PR, para onde se
mudou. Tempos depois, voltou a Itambé e abriu a Casa Silva, supermercado.
Devido à idade, vendeu o estabelecimento e abriu uma distribuidora de gás, a
qual mantém até hoje.
O Comercial Catarinense foi outro
representante no setor de secos e molhados. Instalou-se inicialmente na esquina
da Rua 31 de Março com a Rua dos Esportes, no local onde hoje está a Pastoral
da Criança. Durante dez anos permaneceu ali. Depois mudou-se para a Travessa
Elpídio Monteiro. A loja era filial de uma rede comercial de Maringá. Depois esta
rede passou a chamar-se Supermercado Catarinense. Outra loja do setor, já
citada anteriormente, pertencia a Antônio Donaire, uma das primeiras instaladas
na cidade.
Ao fundo, Comercial Catarinense
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé
Máquinas de Beneficiamento
Como
a produção de café era grande, havia diversas máquinas de beneficiamento do
produto, uma foi instalada na esquina das ruas São Pedro com a Humberto
Moreschi, cujo barracão está de pé até hoje. O prédio foi construído pelo Sr.
Guilherme Meyer. Na esquina das ruas Luís Lopes com Santo Indalécio havia mais
uma máquina de café, que posteriormente, tornou-se beneficiadora de algodão.
A primeira máquina de benefício de arroz e
fubá de Itambé foi instalada no local onde hoje é a garagem da Prefeitura. O
proprietário era o Senhor José Gague. Depois, ele construiu dois prédios de
alvenaria na Rua Santana e em um deles instalou a nova máquina de arroz.
Prédio da máquina de arroz da família Gagg
Fonte: Monica Osvaldo do Nascimento
Nos anos 60, foram instaladas no Município várias máquinas de
beneficiamento de arroz: uma do Senhor Simão Vendrami, instalada na saída para
Cambuí, cujo barracão ainda existe; outra, na Rua São Pedro, pertencia ao
Senhor Arlindo Della Rosa, vendida depois para a família Bianchessi, funcionou
até 2007, foi a última a encerrar suas atividades.
Máquina de arroz da Família Bianchessi
Foto: Maria Helena Zampar dos Santos
Havia mais uma, também na Rua São
Pedro, quase esquina com Luís Lopes, de propriedade do Senhor Elídio Vieira. Shadal
Matsumoto construiu uma máquina de arroz na Rua Santana (atual Lafayete
Grenier), que foi vendida, por volta de 1967, ao Senhor Rômulo Bessani. A
empresa era denominada de Máquina Progresso.
Máquina Progresso de Rômulo Bessani
Fonte: Nivaldo Bessani
No auge da cultura do café, várias
fazendas montaram máquinas de beneficiamento do produto. O município também
contou com indústria de pinga e desencaroçadora de algodão.
Açougues
Os açougues também eram atividades lucrativas
no comércio. O primeiro açougueiro de Itambé foi o Senhor Platão Herotides da
Veiga (Tide), que atuou desde 1950, por muitos anos sem concorrentes. Osvaldo
Rodrigues, de Santa Mariana, chegou a Itambé no dia 6 de outubro de 1950.
Inicialmente trabalhou como motorista da empresa comercial de Mauro Arruda
Vilas Boas. Depois, abriu o segundo açougue da cidade. Sua esposa, Izabel Rosa
Rodrigues era professora de corte e costura. Osvaldo vendeu seu açougue para
Sócrates e seu irmão Chinofonte da Veiga.
Izabel e Osvaldo Rodrigues
Fonte: Ana Lúcia Rodrigues Possobon
Luís Justino também abriu este tipo de
comércio, vendendo seu açougue depois para Bento Caparroci. Este último açougue
teve vários donos, como: Vedelino Rodrigues, Osvaldo Rodrigues Filho e Cidiomar
Vanzela. Nos anos 60, Senhor Aparecido Antoniassi aderiu ao ramo.O matadouro
dos animais era clandestino, ficava numa chácara no fim da Rua Luís Lopes,
sentido Norte. Cada açougueiro ia até o matadouro e abatia seus próprios
animais. Atualmente a chácara pertence ao Senhor Jarbas Janhaki. O Senhor
Aparecido Barreto do Nascimento chegou a Itambé em 1951, inicialmente trabalhou
numa serraria e depois instalou o Açougue Paraná. Na década de 80, foi
construído um abatedouro municipal na Rodovia entre Itambé e Bom Sucesso.
Abatedouro Municipal
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé
Bares
Um comércio muito frequentado pelos
primeiros itambeenses era o Bar, Restaurante, Sorveteria e Pousada do Paulo
Bogenschneider. Havia um ponto de ônibus em frente ao estabelecimento, o que
alavancava as vendas. O bar era o ponto de encontro de toda a sociedade. Foi
inaugurado nos anos 50 e funcionou até a década de 70, na Avenida São João,
onde atualmente existe uma farmácia. O Sr. Paulo fabricava o sorvete que vendia
em seu bar.
Bar e sorveteria do Paulo Bogenschneider
Fonte: Família Bogenschneider
Ao lado do Bar do Paulo, existia
outro bar com cinema, o Cine Brasil, de propriedade do Senhor Dalcidis
Michelatti. No local havia serviço de autofalante, que além de música,
anunciava os fatos ocorridos na cidade, como falecimentos, eventos esportivos,
entre outros. Vizinho a este, havia outro bar e sorveteria, do Senhor Ataíde
Marcelino e do seu irmão Ananias. O Bar Estrela Dalva pertencia ao Senhor
Francisco Chicava. Já o Nosso Bar foi aberto no final dos anos 50 pelo migrante
alagoano Antônio Gomes de Paiva e sua esposa Inês Bessani de Paiva. O bar
servia como ponto de ônibus, por isso tinha muito movimento, neste eram
vendidos salgados, café, leite e bebidas em geral.
Nosso Bar
Fonte: Família Paiva
O Bar da Sorte foi aberto por volta
de 1952, por Benedito Naneta, e ficou em atividades até 1967. Depois foi
vendido para o Senhor Osvaldo Henrique dos Santos.
Bar da Sorte
Fonte: Família Lemos
Para atender às sorveterias e bares
eram necessárias geladeiras. As primeiras geladeiras se pareciam com balcões
frigoríficos, movidos à energia de motor estacionário. Nelas eram fabricados
sorvetes e picolés. Hoje, onde funciona a agência dos Correios, existia o Bar
da Sorte, do Senhor Benedito Maneta, o dono da primeira geladeira a querosene
do município, provavelmente vinda de Londrina. A população já estava habituada
a consumir bebidas na temperatura ambiente, então as geladas, inicialmente, não
foram bem aceitas. Mas com o tempo, o povo se acostumou à novidade.
Outro
comerciante de destaque foi o Senhor Friderich Osvaldo. De acordo com sua filha
Mônica Osvaldo do Nascimento, Friderich nasceu em
Presidente Wenceslau, Estado de São Paulo em 1930, mais conhecido em nosso
Município com “Fritz”, filho de imigrantes Alemães, veio ao Paraná com seus
Familiares para fazer futuro, como motorista trabalhava no transporte de
passageiros do Município de Mandaguari a Itambé da Família Bindewald. Em 1958
casou-se em Itambé com Thea Gagg Osvaldo, também vinda da cidade de Presidente
Wenceslau/SP. Foi Agricultor na Água Bonina em época de plantio de hortelã,
mudou-se para a cidade e adquiriu um Comércio que veio a se chamar “Bar e
Sorveteria do Papai”, mais conhecida como “Sorveteria da Teia” em meados de
1962 e 1971, com uma pequena fábrica de sorvete, tendo em média até dez
funcionários. Manteve, neste período, entrepostos de Sorvetes em Floresta,
Cambuí e Aquidaban, fornecendo também o produto em nosso Município. Aos domingos,
entregava nos sítios e Fazendas onde havia torneio de futebol, chegando até na
cidade de Quinta do Sol através da Balsa do Rio Ivaí. O Comércio estava instalado na Av. São João
quando iniciou o local era de madeira como a maioria dos comércios da época e
com o crescimento do mesmo foi construído em Alvenaria atualmente se encontra
instalado o Escritório Contábil Líder. Em 1972 devido à evasão populacional do
Município, decidiu voltar a ser Motorista por conta própria “caminhoneiro”.
Thea e Fritz
Fonte: Mônica Osvaldo do
Nascimento
Aqui é preciso abrir parênteses
para mencionar um morador ilustre do bar: um urubu de estimação, que servia de
atração para os clientes. De acordo com Mônica Osvaldo do Nascimento, filha de
Fritzen e Thea, sua mãe gostava muito de animais. Um dia, um menino chamado
José Caeiro, morador da zona rural,
encontrou um ninho de urubus com apenas um filhote. Acreditando que a mãe o
havia abandonado, resolveu levar o urubu para a Senhora Thea. Então, ela criou
o bicho, dando-lhe polenta como alimentação, e o chamava de Schwarz ( Suacts), que significa preto em alemão. Quando
a ave cresceu, sua dona o soltou no quintal e ele passou a viver junto com as
galinhas. Sua alimentação era carne crua. Sendo assim, o urubu atacava tudo que
era vermelho. Certo dia, ao ver o sofá vermelho do vizinho, Schwarz entrou na
casa e arrancou um botão do sofá. O vizinho registrou queixa na delegacia e Thea
foi obrigada a pagar o prejuízo. O urubu também rasgava roupas e colchas
vermelhas se as visse no varal. Ele não alçava altos voos, mas perseguia seus
donos de cima dos telhados; Mônica lembra que ele a seguia até a escola e os
meninos jogavam pedras para espantá-lo. Em outra ocasião, a ave seguiu Thea até
a cidade de Floresta, pulando de árvore em árvore. Infelizmente, após três anos
de convivência com a família de Mônica, o urubu contraiu uma doença de galinhas
e morreu, o que entristeceu a todos.
O urubu da Téia fugindo de um cão
Fonte: Mônica Osvaldo do Nascimento
Padarias
O pão de cada dia, inicialmente, foi
fornecido pela padaria do Senhor Frederico Wegner, instalada na Rua Ver.
Antônio Belasque Garcia. O padeiro principal era o seu irmão, João Wegner, mais
conhecido como João Padeiro. Esta padaria foi vendida para o Senhor Germano Jeller,
catarinense de Joinville, que depois revendeu para seu filho Haroldo Jeller.
Por fim, a família Baldur adquiriu este comércio. Só nos anos 90, é que
começaram a surgir outras padarias no município. Hoje Itambé conta com quatro
estabelecimentos e os pães também são vendidos em supermercados.
Frederico Wegner e família
Fonte: Paulo Tadashi Honda
Selaria e Sapatarias
De acordo com Maria José dos
Santos Lemos, seu pai, o Senhor Benedito Antônio dos Santos, mais conhecido
como Ditinho Seleiro, veio de Tabatinaga/SP, em 1955 e trabalhou na sapataria de
João Milanez, fabricando sapatos. Milanez vendeu a empresa para Benedito e foi
embora. O novo dono percebeu que havia a carência na cidade de artefatos de
selaria. Como já fora mencionado, os equinos eram muito utilizados tanto na
lavoura como no transporte de pessoas e mercadorias. Por isso, o comércio de
selas e demais acessórios seria rentável. Então mudou de ramo e abriu a Selaria
Paulistinha, na qual eram fabricados e comercializados: selas, arreios,
chicotes, entre outros. Os materiais para a fabricação eram comprados na Casa
de Couro Santa Rita, em Maringá. A selaria funcionou até o início dos anos 80.
Com o advento dos automóveis e a diminuição da procura por estes artigos, a
selaria tornou-se a Sapataria Paulistinha, onde os sapatos eram trazidos de
outras cidades e revendidos. Mas o dono foi chamado de Ditinho Seleiro pelo
resto da vida.
Selaria Paulistinha
Fonte: Família Lemos
Nas fábricas de Itambé, o sapato
mais fabricado era a botina (sapatão) e as botas úteis para o trabalho na
lavoura. Entre os fabricantes de sapatos de estavam o Senhor Luiz Fernandes da
Silva e seu filho, José Mariano da Silva, conhecidos como José Sapateiro e Luís Sapateiro. De acordo com Eurípedes Mariano da Silva, seus avós, Luiz Fernandes da Silva e Maria Gomes da Silva, vieram para Itambé em 1957 com uma filha. Eles abriram a Sapataria Fernandes, também começaram a fabricar sapatos e botas para o comércio. Um ano depois, José Mariano da Silva, filho de Luiz, atraído pela oportunidade de progresso da região, também mudou-se para cá com sua esposa, Maria Terezinha de Jesus Silva e com o primeiro filho, José Mariano da Silva Junior. José associou-se ao seu pai na sapataria.
Sapataria do Sr. Luís Fernandes da Silva, prédio que depois se tornou
o Bar do Papai de Fritz e Thea
Fonte: Eurípedes Mariano da Silva
José Mariano da Silva exercendo seu ofício
Fonte: Eurípedes Mariano da Silva
Já Haroldo Henrique dos Santos
fabricava todos os tipos de sapatos, inclusive sociais, dando mais alternativas
de compra para a população. Outros sapateiros foram: Abdul Salem, Ubirací,
Florindo Leandro, José Ribeiro e Manuel.
Tecidos e Confecções
Na esquina da Avenida São João com
Rua Emboaba, foi instalada a primeira loja de tecidos, que era de propriedade
do Senhor Raul. Posteriormente a loja foi vendida para o Senhor Miguel Jorge
Nauffel, conhecido como Michel. Então a loja recebeu o nome de Rei do Pano.
Casa Michel, tecidos e armarinhos
Fonte: Família Jorge
As Casas
Pernambucanas chegaram a Itambé nos anos 60, foram instaladas na Avenida São
João e passaram a vender tecidos. Com muitos funcionários, também começou a
vender roupas prontas. Esta permaneceu em Itambé até o fim dos anos 80, quando
todas as lojas da rede situadas em cidades pequenas foram fechadas.
Ao fundo, Casas Pernambucanas
Fonte: Fátima Moreschi Passareli
Outra loja do ramo foi a Casa Concórdia,
de propriedade dos irmãos Waller, gaúchos de Passo Fundo. A loja também vendia ferramentas como enxada,
machado, foice, serrote, trançador, compra e venda de cereais. Por isso era
mais conhecida como casa de ferragem. Junto com seus irmãos, Severino também
instalou uma máquina de beneficiamento de café na Rua Lindolfo José da Silva.
Casa Concórdia
Fonte: Revista Itambé. 1984
As roupas prontas e armarinhos também
eram vendidos em bazares ou lojas de confecções. O Senhor Saad Yossef Said era
proprietário de uma dessas lojas. Imigrante do Líbano, morador da cidade de
Klayá, chegou ao Brasil com 28 anos de idade junto com um primo. Saad não
falava português. Inicialmente ficou em São Paulo na casa de alguns conhecidos,
depois veio para Maringá, onde morou por nove anos. Nos primeiros anos, trabalhou como mascate,
depois de dois ou três anos, abriu uma loja na Avenida Brasil, a Casa Mineira.
Nesta época, mandou de surpresa passagens para a esposa, Hind Saad Said, e os
filhos virem ao Brasil. Mas, o avô paterno das crianças ficou com dois dos
cinco filhos do casal no Líbano, como forma de manter o vínculo familiar e
fazer voltar à terra natal o filho e os netos que foram ao Brasil.
Quatro anos mais tarde, o Sr. Saad
enviou, também de surpresa, passagens para os filhos que ficaram no Líbano,
para juntar todos, fazendo, principalmente, a alegria de Dona Hend, que chorava
em todas as datas comemorativas, como Natal, Páscoa, Ano Novo, pela falta deles.
Em 1961, o Sr. Saad abriu em Itambé
uma loja de confecções e tecido. Seu filho Said S. Said tomova conta do
comércio. Em 1963, toda a família veio para Itambé. No Brasil, a família
aumentou com a chegada de mais sete filhos, totalizando doze: seis mulheres e
seis homens.
Saad Yossef Said
Fonte: Família Said
Outra casa que vendia confecções e armarinhos
era um bazar que pertencia ao senhor Abdul Salem, também imigrante libanês. Além
de sapatos, trabalhavam com a venda de roupas. Inicialmente Abdul foi mascate,
morava na cidade de Itambé e percorria todos os bairros rurais vendendo roupas
e acessórios. Anos mais tarde, ele adquiriu o prédio dos senhores Elias e
Miguel Jorge Nauffel para montar sua loja.
Abdul Salem e família
Fonte: Eliane Salem
Havia também um bazar instalado na
cidade pertencia ao paulista José
Antônio de Assunção. Após vender o estabelecimento para o genro, Sr. Abdo,
esposo da Dona Luíza, passou a trabalhar como motorista de táxi.
Bazar do Sr. José Antônio de Assunção, que está sentado
Fonte: Wilson Prado
Nos anos 70, foi inaugurado o Bazar e
Livraria Primavera, de propriedade da Senhora Carmen Silva Nakamura. A loja, que está em funcionamento até hoje, expandiu os negócios, vendendo também móveis, presentes, entre outros.
A Casa Roland, de propriedade do Senhor Frederico Wagner, vendia enxovais para noivas, batizados e brinquedos, hoje no local está o Edifício Pioneiro.
Carmem Silva Nakamura com família e funcionários da loja
Fonte: Midori Shiina
A Casa Roland, de propriedade do Senhor Frederico Wagner, vendia enxovais para noivas, batizados e brinquedos, hoje no local está o Edifício Pioneiro.
A alfaiataria contava com o talento de
Dionísio Assis Pinto, o primeiro alfaiate de Itambé, de acordo com Anésio
Mendes. Dionísio veio de São Paulo por volta de 1962, onde aprendeu seu ofício.
A princípio morou com seus pais numa chácara, região da Jaguaruna. Seu objetivo
era montar uma alfaiataria em Itambé, então abriu a Alfaiataria Brasília, no
entorno da Praça Rui Barbosa. Ele
costurava para homens e mulheres, lançando a moda. O alfaiate viajava
frequentemente a São Paulo, capital, para saber das novidades em tecido e
modelos. Nesta época, as calças bocas de sino estavam em alta, além dos ternos.
Usavam-se também calças de duas cores, uma na frente e outra atrás, e xadrez.
Para as mulheres, ele costurava as “calças Wanderleia”, bem estampadas. Já para
os moradores da zona rural, as roupas eram mais clássicas. De acordo com a
filha de Dionísio, Katine Hellen Assis, seu pai era moderno, falava gírias e se
tornou uma espécie de confidente e conselheiro de jovens e adultos. Sua esposa
o ajudou por algum tempo, mas com a chegada dos seis filhos, ela deixou a
alfaiataria.
Roupas usadas nos anos 70
Fonte: Cleusa Assunção Soares
Em 1967, Anésio Mendes, Caibar Giraldelli,
Paulo e sua irmã Júlia Naujaulis fizeram o curso de corte e costura com este
alfaiate. Anésio gostou tanto da profissão que passou a ser ajudante do mestre
e trabalha como alfaiate até hoje. Além de alfaiate Dionísio foi professor de
dança por cinco anos no Clube do Michel, ensinava samba, usando discos de vinil.
Dionísio deixou Itambé em 1977, mudando-se para Curitiba/PR. Mas todos os anos,
ele voltava a esta cidade para visitar os amigos. Em 2007, ele estava há quinze
dias na casa de Anésio, então começou a sentir dores na perna e foi levado ao
hospital; três dias depois, teve uma parada respiratória e faleceu. Sua família
decidiu sepultá-lo aqui mesmo, um lugar que ele amava. Anésio destacou ainda
que Dionísio foi uma pessoa muito importante para a sociedade itambeense por
sua sabedoria. Neste tempo, alguns jovens já consumiam maconha e Dionísio
combatia esta prática aconselhando as pessoas a fugirem deste mal. Ele e um
grupo de jovens fizeram até um movimento contra o uso de drogas. Anésio o
descreve como um grande amigo.
Alfaiataria Brasília, Dionísio Assis Pinto está à direita na porta
Fonte: Wilson Prado
Barbearias
O setor de barbearias e salões também
era próspero. O Senhor Antônio de Jesus (Antônio Barbeiro) foi um dos primeiros
no ramo da barbearia, além dele o Senhor Pernambuco Barbeiro, pai do João Santana
(João Canela), também trabalhou neste ramo, assim como os irmãos Lima,
Sebastião e Oliveira. Lacídio Perin conta que se interessou por esta profissão
quando estava com treze anos. Ele tinha cinco irmãos, quatro meninos e uma
menina. Naquela época, a família morava no Guerra e os próprios pais cortavam
os cabelos do filhos, pois no local não havia cabeleireiro. Um dia, o Senhor
Onório Perin chegou em casa com uma máquina de cortar cabelo. Sua esposa
decidiu testá-la nos filhos, mas Lacídio pediu para tentar cortar o cabelo do
irmão mais novo. A máquina possuía um parafuso para regulagem, porém ninguém
sabia manuseá-la corretamente. Quando Lacídio foi usá-la, a máquina travou e
ficou presa na cabeça de seu irmão. Então foi preciso que a mãe cortasse o
cabelo com a tesoura para retirá-la. Mas esse fracasso não desanimou Lacídio,
ele continuou treinando na cabeça dos irmãos até adquirir habilidade. Ele
lembra que tinha prazer de estar com a máquina nas mãos cortando os cabelos dos
outros. Até a vizinhança descobriu o talento do menino e passou a levar os
filhos até a casa dele. Então Lacídio começou a cobrar pelo serviço e, para dar
mais profissionalismo ao ofício, ele construiu uma cadeira de barbeiro de
madeira. Esta foi posta numa pequena garagem de carroça, onde os clientes eram
atendidos. De manhã, o rapaz trabalhava na lavoura e à tarde como barbeiro. Em
1964, já adulto, abriu um salão de verdade no Guerra e se tornou o barbeiro de
todo a região. Ele atendia apenas nos fins de semana. Mas ele percebeu que este
trabalho era mais lucrativo do que a lavoura. Então, em 1970, decidiu mudar-se
para a cidade de Itambé e dedicar-se integralmente à sua vocação, abriu um
salão e começou a fazer cursos para aprimorar sua prática. Os clientes do
Guerra o seguiram até a cidade, além destes, outros foram conquistados. Sua
clientela nunca diminuiu, mesmo com o êxodo rural. Perin diz que hoje tem ainda
mais clientes do que nos anos 70. Pois, naquela época, havia mais de dez
profissionais desta área na cidade e, atualmente, cerca de quatro barbeiros
atendem à população. A esposa de Perin, Nedinha, também atuou na área. Ela
abriu um salão de beleza em 1975 e trabalhou por vinte cinco anos.
Lacídio Perin garante que valeu a pena
ter abandonado a lavoura para tornar-se cabeleireiro. Pois, tendo poucos anos
de escolaridade, acredita que se dependesse das terras, estaria em
dificuldades. Mesmo já aposentado, com 71 anos de idade, o menino que aprendeu
sozinho a profissão continua a trabalhar com o que ama.
Lacídio Perin em seu salão, 2013
Foto: Denizia Moresqui
O primeiro salão de beleza feminino
era da Senhora Frida Wagner, onde se fazia permanente, corte, manicure e
pedicure. Depois, Dona Genoveva, esposa do Osvaldo Fernandes da Silva (Doutor
Piteira), também abriu um salão.
Móveis
Os móveis eram fabricados pela família
Rodrigues Santana, entre outras. A família possuía uma serraria e marcenaria,
num sistema de serragem artesanal. Não havia máquinas para auxiliar no
trabalho. “Os móveis eram rústicos, mas com acabamento de primeira linha”, diz
o ex-vereador Jovânio Pereira dos Santos. Fabricavam-se guarda-roupas, mesas,
cadeiras, guarda-louças, camas e todo tipo de móvel.
Marcenaria da família Santana
Fonte: Família Santana
Outro fabricante neste setor foi o
senhor Durvalino Vedovelli, que também trabalhava com móveis rústicos. Os
consumidores só se interessavam por este tipo de mobília, por ser mais resistente.
Além desses, outra família que se dedicou e se dedica até hoje à marcenaria foi
de José Brás de Oliveira, “Zé Feio”. Inicialmente o Senhor José era ferreiro,
trabalhando junto com o José Ferreira de Paula, “Zé Ferreira”, na fabricação de
carroças e carrocerias. Ambos eram migrantes de Minas Gerais. Como quase não
havia carros no município, a venda de carroças era um grande negócio. Depois do
fim da sociedade, José Ferreira de Paula continuou no mesmo ramo, já o senhor
José Brás de Oliveira passou a fabricar móveis, profissão que passou para os
filhos.
Lojas de móveis só surgiram nos anos 60, como
a do senhor Arlindo, com matriz em Ourizona. Depois um imigrante libanês,
Senhor Armando, abriu sua loja na Avenida São João.
A família Granero chegou a Itambé em
1948 e, inicialmente trabalhou na lavoura. Mas, em 1959, José mudou-se para a
cidade e começou a comercializar café. Em 1960, José e João Granero fundaram a
Casa de Móveis Granero, ao lado da Igreja Católica. De acordo com Diva Granero,
João buscava os móveis em Cafelândia/SP. Em 1967, construíram um prédio maior
na Avenida São João onde instalaram a casa de móveis e a Casa Americana que
comercializava tecidos e confecções. Esta pertencia aos sócios: Paulo Teodoro
Pereira, João e José Granero.
Casa de Móveis Granero
Fonte: Gertrudes Granero
Nos anos 80 outras lojas foram surgindo
e vendendo móveis mais finos.
Hotéis
No setor de hotelaria, havia uma
pensão denominada Santa Cruz, que pertenceu a Rosino Gouveia. O prédio era de
taboinha, coberto com telhas e chão de terra batida. Em 1948, a pensão foi
vendida para o Senhor José Paulo de Moraes, que aos poucos foi reformando o
imóvel, como relata sua filha, Maria de Aguiar Feltrin. Os primeiros hóspedes
do Hotel e Restaurante Santa Cruz eram os picadeiros que vieram desmatar o
Distrito de Itambé.
Ao fundo, Hotel e Restaurante Santa Cruz
Fonte: Laura de Azevedo Coutinho
Com o fim do desmatamento, os próximos
hóspedes foram trabalhadores que abriram estradas, carreadores e construtores
de pontes e escolas. No ano de 1975, o Senhor José Paulo de Moraes faleceu e
sua filha Maria assumiu o negócio, que passou a se chamar Hotel, Restaurante e
Lanchonete Santa Cruz. Os hóspedes passaram a ser os viajantes que vendiam
mercadorias para as lojas de Itambé. Como as estradas eram ruins, era preciso
passar a noite na cidade e seguir viagem no dia seguinte. Além destes,
funcionários do Bando Bradesco, médicos, enfermeiros e gerentes das Casas
Pernambucanas também se hospedavam no estabelecimento, que funcionou até 1997,
quando Dona Maria se aposentou e encerrou as atividades.
Dona Maria no restaurante de seu hotel
Foto: Denizia Moresqui
O Senhor Paulo Bogenshineider também
oferecia em seu bar o serviço de hotelaria. Sua pousada contava com dez
quartos.
O Hotel Paraná era outra opção de
hospedagem para os viajantes. O prédio ficava na Rua 15 de Novembro, entre a
Rua Dr. Lafayete Grenier e a Avenida São João. O proprietário era o Senhor Do
Carmo Pereira. O hotel contava com dezesseis quartos e também funcionava como
restaurante. O estabelecimento ficou em atividade de 1958 até os anos 70.
O Hotel Itambé, que ficava na Rua 15
de Novembro, entre a Rua São Pedro e a Avenida São João, de propriedade do
Senhor Erozindo, contava com oito quartos.
Nos fundos do Nosso Bar, a casa do
Senhor Antônio Gomes de Paiva também havia quartos para alugar, como o local
servia de ponto de ônibus, não faltava clientela.
Postos de combustíveis
A necessidade de combustível para uso
no Jeeps e caminhões de serraria e de alguns agricultores motivou a abertura do
primeiro posto de combustíveis de Itambé. No início dos anos 50, ao lado da
Praça Rui Barbosa, que na época era apenas um terreno vazio, surgiu o Posto
Esso. O segundo dono foi o “Zé Dentista”. Depois ele vendeu o negócio para as
famílias Dias e Gonela, que passaram para o Senhor Antenor Rais que, em seguida
vendeu para Matias Rais. Matias revendeu para a família Rampelotti. Após vários
anos desativado, o posto foi reformado e reaberto em 2014.
Posto de Serviço Esso
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé
Ainda nos anos 50, o Senhor Lourival
Lopes instalou, na esquina da Rua Luís Lopes com Avenida São João, o segundo
posto de gasolina de Itambé, com a bandeira da Texaco. Com mais infraestrutura
que o Posto Esso, contando com oficina e borracharia. Após muitos anos, o
Senhor Lourival vendeu o posto para o Senhor Morinaga Konijo, que tocou o
negócio até os anos 90. Por fim, o Senhor Fábio José Branco comprou o posto e o
arrendou.
Posto Texaco
Fonte: Posto Benfica
Oficinas
No setor de oficinas, se destaca a do
Senhor Antenor Pátaro, situada à Rua Santo Indalécio. Outra era de propriedade
do Senhor João Pícoli, nos fundos do Posto Esso. O Senhor Ricardo Vasconcelos,
conhecido como Ricardo Cabeludo, também era mecânico e trabalhava com o popular
“Chico Tatu”. Mais tarde, foi instalada uma tornearia do Senhor Willis Marroude
no local onde hoje se encontra o Centro Municipal de Educação Infantil “Branca
de Neve”. Tempos depois, para o atendimento interno de suas propriedades, o
Senhor Alberto Schlatter construiu uma grande oficina na Rua Dr. Lafayete
Grenier, esquina com Rua Humberto Moreschi.
Funerária
Antes e depois da abertura do
cemitério, o atendimento funeral era feito por carpinteiros ou marceneiros que
faziam os caixões de madeira bruta, o que tornava o produto muito pesado. No
início dos anos 70, o Senhor Nelson, de Marialva, abriu aqui a primeira casa
funerária, denominada Cruzeiro. Posteriormente foi vendida para o Senhor
Osvaldo Fernandes da Silva, Doutor Piteira, primeiro dentista prático e juiz de
paz de Itambé, casado com Genoveva Colombo Avanço. Ele chegou ao Distrito em
1955 e instalou aqui um consultório dentário, que funcionou até 1966, ano em que
comprou a funerária. A casa recebeu o nome de Funerária Anjo da Guarda e
permaneceu no ramo até o início dos anos 90.
Professor Michel, Doutor Pitera e Dona Genoveva
Fonte: Família Jorge
Fotografia
Para registrar o cotidiano dos cidadãos,
contou-se, inicialmente, com o fotógrafo Antônio, conhecido como Toninho. Ele
vinha de Mandaguari nos domingos de missa, algumas vezes de carona com o Padre.
O fotógrafo ficava em frente ao Bar do Paulo esperando pelos fregueses. Antônio
registrava casamentos, batizados, crismas, entre outros eventos.
Família de Vitória Covalski em pose para foto após batizado
Fonte: Pelarga Buchinski Schichoff
Depois dele, um descendente de japoneses
chamado Paulo abriu uma loja de foto na Avenida São João. Um fotógrafo amador
que registrou a parte rural de Itambé foi o Senhor José Luís “Miguel”. Ele era
dono de sapataria e nas horas vagas gostava de fotografar a natureza. Reinaldo
Koshiba, descendente de japoneses, abriu uma loja de fotos depois que Paulo foi
embora. Ele trabalhou em Itambé por mais ou menos oito anos.
Reinaldo Koshiba
Fonte: Família Zamberlan
Em
1977, no dia do sepultamento do ex-prefeito Misdei Moreschi, chegou à cidade um
jovem fotógrafo que havia comprado a loja de Reinaldo Koshiba, seu nome era
Olympio Hirata. Olympio foi responsável por fotografar os momentos históricos
de Itambé e a vida da população. Atuou com a ajuda de Kazuo Nakamura e depois
de Clebos Nonato Vieira. Por fim, seus três filhos cresceram e passaram a
trabalhar com o pai. Além de fotos, o Foto Hirata também fez serviços de
filmagem. Olympio faleceu em dezembro de 2008 por problemas de saúde. Seus
filhos assumiram o negócio da família, hoje denominado Hirata Produções.
Olympio Hirata, 1987
Fonte: Família Hirata
Bancos
Por volta de 1958, quando Itambé
ainda era distrito de Marialva, foi instalada aqui a primeira agencia bancária,
o Banco Mercantil e Industrial do Paraná, Bamerindus, por incentivo do lojista Severino
Waller. Ele pleiteou junto ao Diretor do Banco, Sr. Avelino Vieira, a abertura
da agência que funcionou num prédio de propriedade de Waller.
Ele
também intermediou a vinda do Banco Brasileiro de Desconto, Bradesco, a Itambé,
negociando em São Paulo, Capital, com o Diretor do Banco, Sr. Luiz Siveira. O
primeiro gerente desta agência foi o Sr. Durval Garcia. Nos anos 80, chegaram a
Caixa Econômica Federal, fechada em poucos anos, e o Banco do Brasil. A última
agência instalada foi da Cooperativa de Crédito Agrícola, Sicredi.
Funcionários de agência bancária
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé
Lotérica
Para
quem sonhava em aumentar sua conta no banco, havia a lotérica, onde também eram
vendidos jornais e revistas. A única lotérica da cidade foi inaugurada em 1970,
na Rua XV de Novembro, o proprietário era o Sr. Otacílio Cardim. Entre os
prêmios de loterias distribuídos pelo estabelecimento, destacam-se
153.000.000,00 de cruzeiros, pagos pela Loteria Esportiva ao Sr. Altino Camilo
em 1973; e 149.000.000,00 cruzeiros, pagos pela mesma loteria ao Sr. Manoel
Alves da Silva em 1977. Manoel, que trabalhava na cerealista do Sr. Osvaldo Possobon,
havia comprado a lotérica a prazo e, antes de acabar de pagar, ganhou na
loteria, em 1977. Nessa época, a lotérica se localizava no prédio da antiga
venda do Sr. Paulo Tutti. Além destes, outros clientes da lotérica também foram
contemplados com prêmios menores.
Manoel Alves da Silva recebendo o prêmio do então proprietário
da lotérica Otacílio Cardim.
Fonte: Manoel Alves da Silva
Que lindo!!!! Quantas coisas não me recordava porém, algumas, me fizeram volar no tempo. Obrigada Denizia por tanta dedicação e por detalhes tão ricos de nossa terra. Lindo demais. Parabéns!
ResponderExcluirFoi uma alegria muito grande fazer este trabalho e é compensador ver que vc gostou. Obrigada.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPor um acaso encontrei sua página,e me sinto honrado e grato por sua vontade e determinação em contar um pouco da História de nossa querida Itambé reviver e dispertar sorrisos,lembranças histórias que já mais imaginamos,PARABÉNS denizia...
ResponderExcluirObrigada, Willian
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