AGRICULTURA ATUAL
Hoje, o Município de Itambé produz, em
maiores áreas, soja no verão e milho safrinha no inverno, de acordo com Pedro
Cécere Filho, agrônomo da EMATER. Mas conta ainda com cana-de-açúcar, feijão,
trigo, hortaliças, pastagens para gado e ovinos, áreas de reflorestamento com
eucalipto. A maior parte da área de terras de Itambé pertence a poucos agricultores.
Safra de
soja de 2010
Foto:
Denizia Moresqui
Segundo dados do documento Realidade
Municipal de Itambé, 2011, feita pela EMATER, a agricultura familiar conta com
250 produtores e a patronal com 98. Os agricultores patronais detêm em torno de
70% da área rural de município. Os pequenos agricultores ainda resistem com
dificuldades. Quem dispõe de mão-de-obra pode cultivar lavouras que dão maior
rentabilidade, quem não tem cultiva soja e milho, culturas que dão pouco lucro.
Segundo dados da EMATER, o número de trabalhadores rurais de Itambé é de 300
pessoas, a maioria trabalha no corte da cana. Geralmente o trabalho nas
pequenas propriedades é feito pela própria família do agricultor. Pedro Cécere
Filho acredita que a tendência é que, a cada dia, haja menos trabalhadores
rurais devido ao desenvolvimento do Brasil, pois desloca as pessoas para outras
áreas. Além disso, as máquinas estão entrando em quase todas as culturas, até
na cana-de-açúcar.
Cultivo
de hortaliças: diversificação de culturas
Foto:
Denizia Moresqui
A diversificação das culturas poderia
ser uma saída para os pequenos agricultores. Além disso, é preciso melhorar as
atividades que já existem na propriedade para diminuir custos e aumentar a
produtividade. No Município de Marialva, por exemplo, a área cultivada com uva
é bem menor que a de soja, mas gera uma receita maior. Assim também acontece
com o frango em Astorga e São Jorge do Ivaí. Outras saídas seriam a
agroindústria, o artesanato e o turismo rural, como fontes de renda. A
agroindústria transforma a matéria prima em produtos processados, agregando
valores e aumentando a renda. Já o turismo rural, uma atividade recente no
Norte do Paraná, vem crescendo e trazendo renda aos pequenos agricultores, que
podem vender os produtos da agroindústria e artesanato.
De acordo com estudos realizados pela
Professora Elizabete Aparecida Moreno Nardi (1996) junto à Emater-Itambé, a
pecuária vem crescendo desde a década de 70, apesar de ser uma atividade
secundária no Município. Para tanto, as pastagens naturais deram lugar às plantadas
com grama mais nutritiva. Além disso, nas áreas de descanso, plantam-se nabo,
aveia preta e sorgo para alimentar os animais na entressafra. O diagnóstico da
Emater de 1995 contava 5200 cabeças de gado, sendo 4000 de corte e 1200 de
leite. Já a criação de suínos contava com 900 cabeças e ovinos 990 cabeças. O
Município não possui granjas, apenas aves caseiras, cerca de 1200 galináceos.
VILA RURAL
No governo Jaime Lerner houve uma
tentativa de levar as pessoas de volta às áreas rurais. O programa, denominado
Vilas Rurais, loteava áreas com cinco mil metros quadrados, construía uma casa
com 42 metros quadrados em cada lote, além de toda a infraestrutura para as
famílias viverem com conforto e cultivarem seu pedaço de terra. A metodologia
deste programa era o seguinte: os vileiros trabalhariam em outros locais,
cultivariam seus terrenos para subsistência e venderiam o excesso. Na época da
escolha dos beneficiados, havia 256 famílias inscritas, um dos critérios de
escolha era a família já estar trabalhando com agricultura. A Vila Rural de
Itambé, inaugurada em 13 de junho 2002, na gestão de Mário Forastieri, com 58
lotes, recebeu o nome do antigo proprietário do sítio que fora loteado:
Pioneiro Luís Ursulino.
O cultivo da terra é livre, cada
proprietário escolhe o tipo de cultura ou criação de animais para sua área. Em
Itambé, os vileiros cultivam hortaliças e criam aves e suínos. A assistência
técnica fica a cargo da EMATER, Instituto de Assistência Técnica e Extensão
Rural. Os moradores pagam uma taxa para a COHAPAR. Infelizmente, muitos
proprietários não se adaptaram à vida na Vila e, com o passar do tempo,
venderam seus lotes e voltaram para a cidade. Isso aconteceu com mais de 40%
dos vileiros, segundo Pedro Cécere Filho, extensionista municipal da EMATER.
Por fim, toda a vila passou a compor a área urbana do município de Itambé.
Vila Rural “Pioneiro Luís Ursulino”
Vila Rual “Pioneiro Luís Ursulina”
Foto: Denizia Moresqui
FEIRA DO PRODUTOR
RURAL
Como forma de incentivar a
agricultura familiar de Itambé, foi criada pela EMATER e pelos agricultores a
Feira do Produtor Rural. Instalada todas as terças-feiras, na Rua Presidente
Tancredo de A. Neves, em frente a Praça Pref. João Antônio Claro. Nesta feira,
os agricultores podem vender seus produtos direto para o consumidor, aumentando
os lucros. Além de hortaliças e legumes, são vendidos artesanato, doces e
salgados. Com este canal de comercialização, a agricultura familiar ganha um importante
avanço, garantindo a subsistência dos pequenos produtores.
Roque e Elzira
na Feira do Produtor Rural
Fonte: Denizia
Moresqui
A ideia da implantação da Feira do
Produtor Rural nasceu em 1995. O casal de agricultores Roque Aparecido Tavares
e Elzira Vertuan Tavares cultivavam em sua pequena propriedade lavoura branca,
como soja e milho. Mas a rentabilidade era muito pequena. Então decidiram mudar
para hortaliças e verduras. Para vender a produção, eles tentaram tornar-se
feirantes em Maringá, o que não deu certo. A senhora Elzira sugeriu ao marido
que eles montassem uma feira do produtor em Itambé. Roque, a princípio não
acreditou muito que a ideia se concretizaria, mas apoiou a esposa. Sendo assim,
Elzira procurou a agrônoma da EMATER, Edmara Zucoli, que aprovou a iniciativa
junto com o Prefeito Paulo T. Honda. Em reuniões com outros agricultores, foram
estabelecidas as regras para o funcionamento da feira. No dia 30 de agosto de
1995, na Travessa Elpídio Monteiro, foi realizada a 1ª Feira do Produtor Rural
de Itambé. Naquele dia foram montadas 17 barracas. Por causa do projeto, houve
um aumento do cultivo de hortaliças em Itambé, tanto em terrenos abertos como
em estufas. Roque estima que teve um acréscimo de 50% em sua renda. Ele também
vende seus produtos para supermercados de Itambé e Floresta.
Produção de
hortaliças na Chácara dos Meus Sonhos
Foto: Denizia
Moresqui
SINDICATO RURAL DE
MARINGÁ
Extensão de Itambé
A agricultura sempre foi uma
atividade de risco, visto que depende de condições climáticas ideais para
garantir produtividade e lucros. Como já foi relatado, o clima de Itambé,
inúmeras vezes, deu duros golpes nos agricultores com geadas. Por este motivo,
a maioria deles sentiu a necessidade associar-se ao sindicato patronal para
garantir seus direitos junto às instituições financeiras e em relação aos
funcionários.
A Associação Rural de Maringá foi criada em
setembro de 1952 com a finalidade de acompanhar e conduzir a vocação agrícola
da Cidade Canção. O Sindicato Rural Maringaense é modelo paranaense neste
segmento. Foi o primeiro a informatizar todos os serviços prestados aos
associados e, de forma pioneira no Estado, vem adotando medidas de forte
repercussão social. Um exemplo disto foi
a instalação do Núcleo Intersindical de Conciliação Trabalhista Rural. Com
participação paritária de empregados e empregadores rurais, cria condições para
que, de forma harmônica e respeitando-se direitos e deveres de ambas as partes,
trabalhadores e patrões cumpram rigorosamente a legislação trabalhista,
inclusive sem necessidade de interrupção de vínculo empregatício.
Devido às crises econômicas pelas
quais passou o Brasil, o Sindicato decidiu ampliar sua base territorial com a
aglutinação de mais produtores. Assim surgiram as extensões de Sarandi,
Paiçandu, Floresta e Itambé.
Foram dois fatos
marcantes que contribuíram para que Itambé contasse com a Extensão do Sindicato
Rural de Maringá. Um deles deveu-se ao problema que vinha acontecendo com
vários produtores junto a determinada instituição financeira. Uma grande geada
atingiu o milho safrinha de 94, e a instituição queria que os produtores
assumissem a dívida, mesmo eles já tendo pago seguro agrícola. O Sr. Valdir
Edemar Fries, que na época era o Diretor do Departamento de Agricultura do
Município, no período de 1988 a 1995, conhecia o trabalho do Sindicato Rural de
Maringá e entrou em contato com o Secretário Executivo, o Sr. Valdecir Mokwa,
juntamente com a diretoria sendo o Presidente, na época, o Sr. Aníbal Bianchini
da Rocha. Então foi contratado o departamento jurídico do Sindicato para mover
uma ação judicial contra a instituição financeira. Os produtores ganharam a
ação e receberam o seguro agrícola.
Outro fato marcante para a abertura de
Extensão de Base foi por causa dos produtores de cana-de-açúcar. O Ministério
do Trabalho exigia o registro dos funcionários e muitos trabalhadores rurais
não queriam ser registrados devido ao desconto do INSS em folha de pagamento,
foi realizado um trabalho diretamente nas propriedades conscientizando os
trabalhadores da importância do registro em carteira.
Na época, foram convidados os produtores
e associados os Srs. Adenir Feltrin, Alberto Mesquini e Erasmo José Molinari
para fazerem parte da Diretoria de Maringá, atualmente os produtores que
compões a diretoria são os Srs. Elio Ramos, João Aparecido Bortolasci e Luiz
Carlos Dias, e desde então, o Sindicato Rural vem se fortalecendo e prestando
serviços e orientações aos Produtores Rurais do Município.
Diretoria do Sindicato Rural, 2011 – 2013
Fonte: Sindicato Rural de Maringá, Extensão de Itambé
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