segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

HISTÓRIA DE ITAMBÉ - PARTE 8



       SAÚDE


           O primeiro médico a morar em Itambé foi o Dr. Lafayette Grenier, natural de Curitiba. Formado na Universidade Federal do Paraná, casou-se com a Professora Yara Nobre de Almeida Grenier. De Curitiba, se mudaram para Cornélio Procópio à procura de um campo de trabalho menos saturado do que o da capital. Neste período, o casal conheceu a família Lopes. O Sr. Luís Lopes, dono de uma serraria em Itambé, convidou o Dr. Lafayette para conhecer o Patrimônio. Encantado com a natureza do lugar, o médico resolveu morar aqui. A mudança ocorreu em 1951, quando Itambé ainda estava coberta pela mata virgem e habitado por uma rica fauna. Dez anos depois, ele começou a construir um hospital, num terreno doado pelo Senhor Simão Persona, que ficou pronto em 1962, e foi denominado Hospital Santa Izabel. Nesta época não havia nenhum sistema público de saúde, como o SUS. No entanto, Dr. Lafayette não deixava de atender ninguém por falta de pagamento. Quem não tinha dinheiro pagava com galinha, porco ou outro produto. Quem não possuía nada, não pagava e mesmo assim era atendido.

Doutor Lafayette Grenier e sua família, 1952
Fonte: Maria Helena Zampar dos Santos

          Dr. Lafayette e o Dr. Jurandir eram os únicos médicos da região para atender a uma população que chegou, em números não oficiais, a trinta e cinco mil habitantes. O Dr. Jurandir atuou por pouco tempo no Município. Depois o Dr. Lafayette precisava fazer o trabalho praticamente sozinho. Ele enfrentava muita lama e poeira, andando de Jeep, para prestar assistência médica aos moradores da zona rural. Outros médicos até vieram trabalhar com ele nesta época, mas não aguentaram as dificuldades advindas da falta de infraestrutura. De acordo com Guilherme de A. Grenier, filho do Dr. Lafayette, o que manteve o pai em Itambé foi o amor por esta terra. Ele nunca expressou desejo de deixá-la, por se sentir realizado aqui. Como médico, podia exercer sua profissão, como um “menino” podia desfrutar da natureza, o que não teve a chance de fazer quando criança, por viver na capital nesta fase da vida. Além disso, o respeito e a gratidão do povo para com ele eram frequentemente expressos em forma de elogios e atitudes que o conquistaram.

Hospital construído pelo Dr. Lafayette Grenier
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé

          Outra dificuldade enfrentada pelo médico era a falta de enfermeiras com formação técnica ou acadêmica. Quando precisava fazer alguma cirurgia, contava com a ajuda de sua esposa, Yara. Ela fazia o papel de instrumentadora. Muitos itambeenses nasceram pelas mãos do casal. O Doutor também ensinou a função de enfermeira às leigas para que o ajudassem. Dona Raimunda Clemente de Souza trabalhava como cozinheira do hospital, quando faltavam enfermeiras para o serviço, ela também assumia esta função. Como as eventualidades eram constantes, deixou a cozinha e tornou-se enfermeira definitivamente. Esta profissão também foi escolhida por suas filhas, Maria José Clemente da Silva e Maria Aparecida Clemente da Silva.
           O médico também ensinava os procedimentos de partos às pessoas que se dispunham a ajudá-lo. Uma delas foi Izolina de Andrade, mais conhecida como Dona Júlia. De acordo com sua filha, Lídia Novaes Amante, Nega, Dona Júlia saiu do interior de São Paulo e chegou a Itambé em 1957. Aqui trabalhou na lavoura. Como nasciam muitos bebês no Distritro, ela logo se interessou em ajudar as mães, trabalhou um semana com o Dr. Lafayete e já aprendeu o procedimento. O primeiro parto que realizou foi em sua própria filha, Nega, quando esta deu à luz ao seu filho Ademir Novaes Amante, em1960. Dona Júlia realizava partos na zona urbana e rural. Às vezes, acabava de chegar em casa, após dar assistência a um nascimento, e já havia pessoas esperando para levá-la a outra parturiente. Ela perdeu as contas de quantas crianças ajudou a trazer ao mundo. A parteira não recebia pelo trabalho, mas algumas pessoas lhe davam presentes. Para se locomover aos lugares mais distantes usava cavalos e charrete. Ela não tinha nenhum instrumento próprio para este trabalho, usava o que havia na casa da parturiente. Dona Júlia amava este ofício, trabalhou como parteira até aos 85 anos, faleceu em 5 junho de 2008.
          Maria Conceição Maldonado dos Santos, ex-moradora de Itambé, se recorda de que Dona Júlia fazia muitos partos na zona urbana e rural de Itambé. Debaixo de sol, de chuva, de madrugada, lá estava ela com seu paletó surrado ajudando as mulheres a darem à luz. Maria Conceição disse ainda que a parteira era uma pessoa simples, mas dava às pessoas orgulho de serem itambeenses. Vera Lúcia G. Moresqui lembra que Dona Júlia também gostava de cozinhar em festas e ajudava em tudo o que fosse preciso sem receber nada por isso.

Dona Júlia ( Izolina de Andrade)
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé

           Dr. Lafayette não podia contar com exames laboratoriais para diagnosticar doenças. Ele baseava-se no conhecimento adquirido na universidade e em sua experiência. Através dos sintomas expressos pelo paciente, o médico descobria qual era o seu mal. Até câncer, ele conseguia diagnosticar. Neste caso o paciente era encaminhado ao Hospital das Clínicas de São Paulo. Frequentemente, os médicos deste hospital enviavam cartas parabenizando Dr. Lafayette pela precisão no diagnóstico das doenças. A Srª. Vitorina Dolce confirma este fato dizendo que seu modo de examinar era tão bom que parecia que ele tinha usado aparelhos para auxiliá-lo. O pai de Vitorina estava com uma dor no abdômen, tomou vários remédios, mas a dor não passou. Então foi se consultar com o Dr. Lafayette. O médico, só por ouvir as queixas do paciente e examinar o local da dor, constatou que ele estava com câncer.
          Apesar da falta de recursos, o médico tentava prestar um bom atendimento a todos. Quando o caso era grave, ele sofria junto com o paciente.  
         Na gestão de Misdei Moreschi e Sócrates da Veiga, foi construído o Posto de Saúde, a inauguração contou com a presença do Secretário da Saúde do Estado, Dr. Arnaldo Faivo Busato. Então Dr. Lafayette começou a atender também nesta unidade de saúde, onde trabalhou até os últimos dias de vida, falecendo em 1986. Guilherme afirma sobre o pai:

       “O lugar dele era Itambé. Eu acredito que, se hoje ele estivesse vivo e fosse pra começar a vida de novo em uma cidade, ele começaria novamente aqui em Itambé, tanto ele quanto minha mãe.”

Doutor Lafayete em frente ao Posto de Saúde
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé

          De acordo com Laura de Avevedo Coutinho, o hospital foi reinaugurado em setembro de 1974, com o nome de Associação Beneficente de Itambé. Laura era escriturária e recepcionista, Maria de Lourdes Bianchessi e Maria eram enfermeiras, Olga e Jacira trabalhavam na limpeza, Dona Júlia era cozinheira e o Senhor Gonela era o administrador e cuidava do almoxarifado. Nesta época, atendia no hospital o médico Josail Torres Galino. O presidente da Diretoria da Associação era o Senhor Armando Lourenço Lima.

Funcionários da Associação Beneficente de Itambé
Fonte: Laura de Azevedo Coutinho

          Outro grande profissional da saúde em Itambé o farmacêutico Mauro Nakamura. Os irmãos de Mauro adquiriram um lote de terras na região da Água do Móoca. Ainda como estudante de farmácia, Mauro veio a Itambé pela primeira vez em junho de 1948, durante as férias da faculdade em Ribeirão Preto, para conhecer o distrito. Como gostou muito do lugar, depois de formado, em novembro de 1950, decidiu vir para Itambé, com toda a família, abrir uma farmácia. 

Ao centro, o Sr. Mauro Nakamura

O Sr. Mauro conta que as dificuldades para viver aqui eram muitas. Em época de chuvas, gastava-se uma semana para ir de Mandaguari à Londrina, onde se compravam medicamentos. Em tempos de seca, a poeira era tamanha que encobria toda a visão do motorista. Outro fator que dificultava o serviço era a abertura de firma que só poderia ser feita na Capital Federal. Os documentos demoravam até um ano para ficarem prontos. Para minimizar o problema, os escritórios de contabilidade contratavam correspondentes que davam agilidade ao serviço.

Farmácia e venda da Família Nakamura, início da década de 50
Fonte: http://www.japao100.com.br/perfil/506/galeria/3059/

          O farmacêutico ajudou Dr. Lafayette Grenier em muitos atendimentos, especialmente em partos. Segundo Mauro Nakamura, estes atendimentos eram feitos geralmente por parteiras. Em cada bairro rural existia uma mais experiente. Caso ela não conseguisse fazer o procedimento, o médico era requisitado e acompanhado pelo farmacêutico. Como havia muitos nascimentos e a locomoção era difícil, Mauro disse que houve noites que ele e o Dr. Lafayette andavam toda a madrugada para atender as mulheres grávidas. Algumas crendices populares atrapalhavam o trabalho dos profissionais da saúde. O marido de uma gestante caminhou a pé por vinte quilômetros até a casa do Dr. Lafayette à procura de ajuda. O médico chamou Mauro para que este levasse soro plasma, pois a mulher estava com hemorragia. Era Quinta-Feira Santa e, após a cerimônia religiosa, o povo tinha o costume de bloquear a estrada com paus e troncos. Então foi preciso que o esposo, o médico e o farmacêutico fossem retirando os obstáculos por todo o trajeto até a casa da mulher, o que atrasou muito a viagem. Quando chegaram, ela já estava quase morta. O Dr. Lafayette disse para Mauro aplicar o soro. O farmacêutico tinha entregado o frasco do soro ao marido dela durante o trajeto, mas o homem o perdera. Não deu tempo de voltar para procurá-lo e a mulher faleceu. Na volta para casa, o soro foi encontrado ao lado da porteira.

Família Nakamura na Drogaria Nakafarma
Fonte: Família Nakamura
       
          Em outro atendimento, mais uma crendice popular atrapalhava o atendimento. Chegando à casa da gestante, Mauro ouviu uma batucada ensurdecedora. As mulheres faziam este barulho por acreditarem que ele facilitaria o parto. Então o farmacêutico pediu para que parassem e elas concordaram. Mas, mesmo ele explicando que estas crendices não tinham fundamento científico, não adiantava. Pois o poder da tradição era mais forte que o da ciência.
           Para Mauro Nakamura, o caso mais difícil que atendeu foi de uma mulher que morava na propriedade do Sr. Modena, na barranca do Rio Ivaí. Ele e o Dr. Lafayette foram até o local atendê-la. Mesmo após várias horas de trabalho de parto, a criança não nascia. Então o médico pediu a Mauro que a levasse até Mandaguari para que pudesse ser submetida a uma cesariana. Ele acreditava que o bebê já estava morto, mas era preciso salvar a mãe. O médico não pôde ir junto, mas deixou sua maleta com Mauro. No caminho, a mulher entrou em trabalho de parto. O farmacêutico parou o Jeep, a cobriu com um lençol e fez o parto ali mesmo. Infelizmente, como predissera Dr. Lafayette, a criança estava morta. Acabado o parto, Mauro levou o casal até o hospital de Marialva, deu-lhes algum dinheiro e entregou a paciente aos cuidados do Dr. Pedrinho. 
            De acordo com o pioneiro João Naujalis, o Doutor Lafayette e Mauro Nakamura foram extremamente importantes para a população de Itambé. Na palavras de Naujalis:

    “Eles foram os pais do povo, deram a vida pelo povo de Itambé, cuidando de todos.”

                  Primeiro Hospital de Itambé

Interior do primeiro hospital de Itambé
Foto: Denizia Moresqui

         Por volta de 1961, chegou a Itambé o médico Antônio Godinho Machado. Ele instalou seu consultório no prédio construído pelo Sr. José Gagui, na Rua Santana. O médico pediu apoio ao Sr. Misdei Moreschi, proprietário de serraria na época, e construiu o primeiro hospital da cidade, onde hoje funciona o Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Além do Dr. Godinho, também trabalhou neste hospital o Dr. Hugo, um boliviano. A unidade de saúde atendeu à população durante oito ou dez anos. Alguns equipamentos hospitalares da época permanecem guardados até hoje no prédio, como maca, seringas, armários de remédios, estufa, entre outros. A Senhora Frida M. Bianchessi foi atendida pelo Doutor Godinho quinze dias depois da inauguração do hospital e lembra que estava com fortes dores no abdômen. O médico a examinou apenas por toques de mãos, já que não havia equipamentos que ajudassem nos diagnósticos. 



Equipamentos e instrumentos do primeiro hospital de Itambé
Fotos: Denizia Moresqui

            Depois Dr. Godinho comprou cotas do Hospital São Marcos, onde passou a atender com o Dr. Said Ferreira e outros colegas de profissão. Mais tarde, tornou-se sócio do Hospital Maringá. Ele também foi presidente do time de futebol Grêmio Maringá, chefe da 15ª Regional de Saúde de Maringá, chefe de gabinete do Secretário de Saúde do Paraná, Dr. Arnaldo F. Busato. Atualmente, o Dr. Godinho é diretor clínico do Hospital Municipal de Paranhos, Mato Grosso do Sul.

Dr. Antônio Godinho Machado
Fonte: Família Lopes

         Além das farmácias da zona urbana, no Patrimônio Santo Antônio (Guerra), também havia este comércio. Um dos donos foi o Sr. Alcides Benossi. Ele chegou aqui com seu pai em 1951. A família adquiriu um lote de terras onde plantava feijão, milho e café. Mas Alcides decidiu trabalhar como atendente numa farmácia, onde aprendeu a fazer manipulação de medicamentos. Por volta de 1958, o dono do comércio mudou-se para Cambuí e Alcides comprou o estabelecimento. Ele lembra que as enfermidades mais comuns eram: gripe, cólicas de rim, gastrite, disenteria e catapora nas crianças. A penicilina era o remédio para quase tudo. Havia vacinas para difteria, tétano e coqueluche, conservadas em geladeiras movidas a querosene. Mas estas não eram fornecidas pelo governo e sim vendidas na farmácia. Mesmo com poucos recursos na área de saúde, a mortalidade infantil era baixa. O Sr. Alcides conta que ajudou o Dr. Lafayete a realizar dois partos na região do Guerra. Lá, também havia parteiras para realizar este trabalho. O farmacêutico prático lembra que uma delas, conhecida como Dona Pina, realizou setenta e dois partos num único mês.
             Um sério problema enfrentado pela população eram as picadas de cobra. Toda vez que acontecia um acidente com estes animais, era preciso ir à Londrina buscar o soro antiofídico, o que, com a melhoria das estradas, demorava cerca de um dia.
            Uma história curiosa envolvendo o Sr. Alcides é contada por Olímpio Bianchessi. Este pioneiro lembra que se mudou um menino doente para sua propriedade no Bairro Catarinense. O pai contava que ele fora desenganado pelos médicos. Então Olímpio decidiu leva-lo até o Guerra para que Alcides o examinasse. O farmacêutico prático disse que havia remédio para o mal, mas era caro. O Sr. Olímpio se propôs a pagar por tudo. O tratamento foi iniciado e, dentro de poucos meses, o menino ficou curado.
             Em 1983, quando o Patrimônio Santo Antônio já estava quase vazio, o Sr. Alcides fechou a farmácia e mudou-se para a cidade de Itambé, onde acabou de vender todo o estoque de remédios.
             Havia outros farmacêuticos práticos na cidade, como Otto Moraes de Souza e seu irmão Armando, além de Geraldo Gonçalves Torres, Floriano Gawilik, que vendeu sua farmácia para José Godoy Bueno.
             Os primeiros dentistas, entre práticos e formados, foram: José Moreira, conhecido como José Dentista foi o primeiro a chegar a Itambé. Depois vieram Renato, Osvaldo Fernandes da Silva, João Godoy Bueno, Emílio Denz e Luiz Terematsu.

Atendimento na farmácia do prático Geraldo Gonçalves Torres
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé


                 CEMITÉRIO

             De acordo com o Dr. Mauro Nakamura, nos primeiros anos de colonização, quando as pessoas morriam, eram sepultadas em Marialva ou Mandaguari. Os corpos eram transportados em caminhões de toras, corpos de crianças foram transportados até sobre a capota da jardineira (ônibus), até que Itambé contasse com o próprio cemitério.
            A derrubada das matas do terreno do cemitério foi feita por Nicanor Amaral de Oliveira, João Rodrigues, Rafael Lopes e Osvaldo Rodrigues, em 1950. Como já mencionado anteriormente, a muralha foi feita de tabuinha por João Cortez Capel, entre 1950/51, provavelmente. O pioneiro Antônio Pelatti lembra que o primeiro corpo enterrado no cemitério de Itambé foi de uma mulher, seu nome seria Amábile, esposa de Osvaldo Henrique dos Santos, funcionário da serraria. Ela teria morrido de varicela ou parto, no início da década de 50. Ao lado deste túmulo, foram sepultados o Senhor Mário Machado, Pedro Pelatti e um morador da colônia bahiana, chamado Benedito.
             Mesmo já existindo cemitério em Itambé, o transporte dos corpos da zona rural até o distrito era difícil.  Dr. Mauro lembra que certa vez faleceu uma senhora que morava na margem esquerda do Rio Keller. Transportaram seu corpo de caminhão até a barranca do rio, mas não puderam atravessar, porque uma forte chuva elevou o nível das águas. Então foi preciso pedir ajuda ao Sr. Antônio de Souza, para que ele fosse de Jeep até o Bairro Catarinense buscar o único bote da região de propriedade do Sr. Pedro Bianchessi. Na ocasião o irmão de Pedro, o agrimensor José Bianchessi, estava hospedado lá e viera ao bairro com um Jeep militar. Então José emprestou o Jeep para que Argemiro e seu primo levassem o bote até o rio. Colocaram o caixão feito de tábuas de peroba dentro da embarcação e, com muita dificuldade, atravessaram o Keller. Depois, foram a pé até a cidade e trouxeram o Jeep da serraria para transportar o caixão e sepultar o corpo.
            Outra dificuldade frente aos falecimentos era a forma de avisar as famílias que moravam longe, devido à ausência dos meios de comunicação. Antônio Pelatti conta que um jovem recém-casado, chamado Daniel, veio de Cornélio Procópio sozinho trabalhar nas terras que seu pai adquirira. Enquanto Cravinho, como era conhecido, desmatava o lote para a construção de uma casa, houve um acidente com lascas de árvore que perfuraram seu abdómen e ele morreu. Pedro Bastos viu o corpo e foi falar com Pelatti para que pudessem avisar a família do rapaz. Não havia meio de transporte para que eles fossem até Cornélio Procópio. Então, para que o falecido não fosse enterrado sem o conhecimento dos parentes, Antônio Pelatti conseguiu carona no caminhão dos Linhares até Mandaguari; lá ele embarcou num ônibus para Cornélio Procópio. Quando chegou àquela cidade, Pelatti ficou perdido, pois não sabia onde morava a família de Daniel. Como já havia morado ali, lembrou-se de um conhecido, dono de venda, e foi pedir-lhe informações. O vendeiro conhecia o pai do rapaz e levou Pelatti até sua casa, chegando lá, o vendeiro apresentou-o ao pai de Daniel. Então Pelatti deu-lhe a triste notícia. O homem, desesperado, chegou a Itambé no outro dia para buscar o corpo do filho, que ainda estava no mesmo lugar do acidente.

João B. Paixão e Gibson Linhares Monteiro no portão do cemitério
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé

              A muralha do cemitério foi reestruturada em alvenaria na gestão de Gibson Linhares Monteiro e no primeiro mandato do Prefeito Mário Forastieri, o local passou por inúmeras reformas, como o calçamento das ruas e entre os túmulos, construção da capela, do necrotério, do cruzeiro e arborização.

Calçamento do cemitério
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé

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