EDUCAÇÃO
Escolas Reunidas de Itambé
De acordo com o relato do Sr. Mauro Nakamura, em 1950, quando visitou o distrito de Itambé, deparou-se com a
primeira professora do local, Dona Aida. Ela alfabetizava os alunos numa
garagem cercada de palmito e coberta com tabuinha nos fundos do armazém do Sr.
Paulo Tutti. A professora era esposa do Sr. Casemiro, representante do Sr. João
Cortez Capel, fundador de Itambé.
Alunos e professores no pátio da escola
Como todo o Norte do Paraná estava em
formação e não havia muitos professores formados, o Estado contratava pessoas
com poucos anos de estudo para lecionar. Olímpio Bianchessi lembra que, quando a
região do Bairro Catarinense pertencia a Bom Sucesso, o prefeito deste
município foi até o bairro para saber se havia alguém que havia estudado até o
4º ano do primário. Seria construída uma escola no local e quem doasse o
terreno para a obra poderia indicar alguém da família com formação até o 4º ano
para lecionar. Só seria necessário ir a Curitiba fazer um curso de dez dias e,
se passasse nas avaliações, se tornaria professor do Estado. Maria, futura
esposa de Olímpio, aceitou a proposta, foi a Curitiba, passou no exame e voltou
para lecionar na Escola Isolada Catarinense.
Melquiades Amâncio de Souza, que morou e
lecionou na região do Guerra, conta que sua formação era apenas o ginásio (até
a 8ª série), mesmo assim se tornou professor estadual e municipal, pela
prefeitura de Marialva. Não havia concursos devido à falta de concorrência para
os cargos de professores. O salário de um período, correspondente a vinte horas
semanais, não era suficiente para quitar as contas do mês. Melquiades calcula
que, em valores atuais, chegasse a um salário mínimo.
De acordo com Eurípedes Mariano da
Silva, sua mãe, Maria Terezinha de Jesus Silva, começou
a dar aulas mesmo sem ser formada, apenas com o primeiro grau, em 1958, dada a
necessidade e carência de professores na cidade. Posteriormente, ela se formou
no colegial na primeira turma e passou a ser estatutária, mas o curso superior
veio depois de muitos anos.
Profª. Maria Terezinha de Jesus
e seus alunos
Fonte: Eurípedes Mariano da Silva
Aurélio de Souza Santos e sua esposa Dulce de
Souza Santos também se tornaram professores pelo Estado com apenas poucos anos
de estudo. Eles chegaram a Itambé em 1954 para viver da agricultura. Mas a
dificuldade com a lavoura fez com que ambos procurassem trabalho na educação.
Em 1957, eles começaram a lecionar na zona rural de Itambé, Água Marialva, pelo
governo do Estado, para alunos de 1ª a 4ª séries. Em 1963, resolveram concluir
seus estudos, terminaram o ginásio e cursaram a Escola Normal. O Professor
Aurélio ainda concluiu a faculdade, mas, por recomendações médicas, sua esposa
não pôde fazer o mesmo. Pois, sendo hipertensa, sofreria muito para se deslocar
constantemente até a faculdade.
Professores Dulce de Souza Santos
e Aurélio de Souza Santos
Fonte: Família Zampar
A primeira escola de Itambé
denominava-se Escolas Reunidas de Itambé, onde eram lecionadas aulas de 1º ao
4º anos. Seu prédio foi construído pelo Sr. João Cortez Capel com a finalidade
de atrair moradores para o patrimônio em formação. De acordo com o histórico do
Colégio Estadual “Olavo Bilac”, em dezembro de 1952, a professora estadual
Ester Mateus Pinto de Melo foi removida para Itambé, inaugurou a Unidade
Escolar e atuou como professora responsável a partir de 1953.
Autorização expedida pelo Prefeito de Marialva Antônio
Garcia Neto para que Dona Ester assumisse a responsabilidade
pela Escola Reunidas de Itambé, 1953
Fonte: Vera Eloísa de Melo Assis
A partir de 1953, as aulas foram
iniciadas, tendo no quadro os professores: Ester Mateus Pinto de Melo,
Sejismundo Munhoz, Conceição Rezende, Marta Rezende, Iva Terezinha Cardozo,
Ivani Ramos Breta, Raida Bacarins Geraldi, Eliza Sierra Cozer, Geovana Rosa e,
como servente, Josefa Gomes de Oliveira. Neste ano, a escola atendeu a 165
alunos, em cinco ou seis salas, o prédio contava ainda com banheiros, sala dos
professores, sala da diretora, não havia cozinha.
Professora Ester Mateus Pinto de Melo
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé
Em março de 1954, a professora Ester
deixou o Magistério para atuar como cartorária. As Escolas Unidas de Itambé
ficaram sob a responsabilidade da Professora Conceição Rezende, depois outros
professores a sucederam no cargo, como Maria do Carmo Gomes, Albino Turbay e a
Inspetora Maria Frazet. Em 17 de
fevereiro de 1962, foi criado o Grupo Escolar de Itambé, pelo Decreto Nº 6511,
a diretora passou a Professora Yara Nobre de Almeida Grenier e como secretária
assumiu a Professora Maria Aparecida Mollo Jorge.
Professora Yara Nobre de Almeida Grenier e Dr. Lafayete em entrega
de certificados escolares, década de 60
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé
Profª. Maria Aparecida Mollo Jorge
Fonte: Wilson Prado
Até o início da década de 60, nem o
Estado nem a Prefeitura forneciam merenda, ou pagavam pelo serviço de zeladoras,
as professoras destinavam uma parte de seu salário para manter a servente.
Então Dona Yara N. de A. Grenier, a diretora da escola, pediu aos alunos para
trazer fubá e legumes a fim de haver alimento durante as aulas. A escola também
recebia ajuda de comerciantes. A Diretora Yara ainda foi responsável por
contratar a merendeira e zeladora, Dona Alvarina Higino Pereira Mendes, que foi
paga pelos próprios professores durante dois anos, três ou quatro cruzeiros por
mês. Ela trabalhava três períodos do dia. Dona Alvarina conta que, para
cozinhar as refeições dos alunos, era preciso fazer uma trempe com tijolos no
pátio, na qual eram colocados caldeirões de cem litros, já que não havia fogão.
Ela ainda tinha que acordar às quatro horas da manhã para ir à serraria cortar
lenha e levar na cabeça até a escola. Quando a merenda estava pronta, era
colocada em pratos numa grande mesa para que os alunos se alimentassem, cerca
de setecentas crianças por dia. Para lavar a louça, Dona Alvarina triturava
cacos de telha e esfregava aquele pó nos vasilhames. Além de preparar a
merenda, ela ainda limpava a escola sozinha. Nos dias de chuva, o assoalho das
salas de aula ficava tão cheio de barro que era preciso usar até enxada para
limpá-lo. Também faltava água para a limpeza, era preciso molhar pó de serra e
esfregá-lo no chão.
Funcionárias, professoras e alunos da Escola Olavo Bilac
A terceira da direita para a esquerda é Dona Alvarina
Fonte: Vera Eloísa de Melo Assis
O Prefeito João Antônio Claro
contratou Dona Alvarina e ela passou a receber da Prefeitura. Depois, Dona Yara
e seu esposo, Dr. Lafayete, enviaram ao Governo do Estado uma solicitação
pedindo a contratação de zeladora para a escola. O pedido foi atendido e Dona
Alvarina até recebeu pelos anos que trabalhara. Segundo a própria Alvarina, ela
foi a primeira zeladora efetivada pelo Estado em Itambé. Com o tempo, as coisas
melhoraram, a escola passou a ter fogão a gás, água encanada, luz elétrica e
outras zeladoras foram contratadas.
No ano de 1965, a Professora Yara deixou a
direção da escola e seu cargo foi assumido por Ivone Menta Deanim, já o cargo
de Secretária ficou com a Prof. Antônia Aparecida Passarelli.
Turma da 4ª Série de 1969 do Grupo Escolar “Olavo Bilac” em frente
ao primeiro prédio da Prefeitura construído por João Cortez Cappel
Fonte: Rosa Maria Grenier Granzotto
Em 1967, pelo Decreto nº 8175 de 26/12/67, foi
criada a Escola Normal Colegial Estadual “Victor do Amaral”. Passando a
funcionar no mesmo prédio do Grupo Escolar “Olavo Bilac”, antigas Escolas
Reunidas de Itambé, sendo aprovado o projeto de implantação com habilitação:
Magistério e Básico em Agropecuária – do Ensino de 2º Grau com a denominação
Colégio “Victor do Amaral” – Ensino de 2º Grau. Tendo como Diretora a
Professora Yara Nobre de Almeida Grenier. A Professora Vera Eloísa de Melo
Assis lembra que fez toda a documentação necessária à instalação do Colégio,
com o auxílio das Professoras Gertrudes Granero e Jamile Saad Said. Vera também
atuou, em 1980, na reorganização do Colégio “Victor do Amaral” – Ensino de 2º
Grau, que desde a sua fundação funcionava como Escola Normal Colegial Estadual
“Victor do Amaral” passando a denominar-se Colégio “Olavo Bilac” – Ensino de 1º
e 2º Graus e, em 1983, para Colégio Estadual “Olavo Bilac” – Ensino de 1º e 2º
Graus. Pelo 1º Grau, respondia a Professora Ermelina Rúbio Zacarias e pelo 2º
Grau, a Professora Yara Nobre de Almeida Grenier.
Colégio Estadual “Olavo Bilac” – Ens. De 1º e 2º Graus
Em 1981, é reconhecido o curso de 2º
grau regular do Colégio “Olavo Bilac” – Ensino de 1º e 2º Graus, com
Habilitações Magistério e Básica em Agropecuária. Em 1983, é eleito diretor do
colégio, o Professor José Joaquim Pereira Melo e neste mesmo ano a instituição
passa a ser denominada Colégio Estadual “Olavo Bilac” – Ensino de 1º e 2º
Graus.
A partir de 1987, o curso Básico em
Agropecuária começa a ser substituído gradativamente pelo de Técnico em
Contabilidade. No ano seguinte, assume a direção a Professora Jamile Saad Said,
que permanece no cargo por dois anos. Em 1990, José Joaquim Pereira retorna à
direção e permanece por sete anos no cargo.
No ano de 1993, o ensino de 1ª à 4ª
séries é municipalizado. Então os alunos deste nível, passam a estudar na
Escola Municipal “Pe. Aldo Lourenço Matias” – Ensino de 1º Grau, que funcionava
no mesmo prédio do Colégio.
Em 1997, cessaram gradativamente os
cursos técnicos e a instituição passa a ter a nomenclatura de Colégio Estadual
“Olavo Bilac” – Ensino Médio.
No ano
seguinte, assume a direção o Professor Manoel Messias. Em 2001, volta a este
cargo a Professora Jamile Saad Said, que é sucedida pela Professora Elizabete
Aparecida Moreno, em 2010.
A primeira escola de Itambé completou
60 anos em 2013. Para comemorar a data, no dia 26 de fevereiro, uma Missa em
Ação de Graças foi realizada na Igreja Matriz Nossa Senhora das Graças, com a
presença dos atuais e antigos funcionários, alunos, professores, diretores e da
comunidade.
Missa em Ação de Graças pelo aniversário do Col. Est. Olavo Bilac
Fonte: Col. Est. Olavo Bilac
Escola Normal de Itambé
Em 18 de março de 1963, começou a funcionar,
no prédio do Grupo Escolar de Itambé, a Escola Normal de Itambé. A criação
deveu-se ao Secretário da Educação e Cultura, Dr. Jucundino Furtado, ao
Inspetor Regional de Ensino, Prof. Giampero Monacci e às Professoras Magdalena
Rosa Ferro Garcia, primeira diretora desta escola, e Cilis Machado, primeira
secretária do estabelecimento de ensino. No quadro, além das professoras já
citadas, atuaram: Yara Nobre de Almeida Grenier, João Furquim da Silva,
Silvanir Pires da Rocha e Nair Godoy Bueno.
Em 1964, começou um movimento para
a construção de um prédio próprio para a Escola Normal, visto que havia
aumentado o número de alunos e o prédio do Grupo Escolar já não comportava a
todos. O Sr. Simão Persona doou um terreno, com 2.700 metros quadrados, na Vila
Persona para que fosse construída uma nova escola. O terreno doado é o mesmo
onde hoje está o Complexo Esportivo Ver. Pedro Rampelotti. Uma comissão
pró-construção da escola foi formada, tendo como presidente o Sr. Mauro
Nakamura, vice-presidente Simão Persona, primeiro tesoureiro Ervin Stein,
segundo tesoureiro Misdei Moreschi, primeiro secretário Miguel Jorge e segundo
secretário Padre Aldo Lourenço Matias.
Membros da comissão formada em prol da construção da Escola Normal
Fonte: Escola Estadual “Prof. Giampero Monacci” Ensino Fundamental
A inspetora de ensino era a Dona Nara de Melo,
do núcleo de Mandaguari e o General Alpídio Aires de Carvalho, secretário do
Departamento de Obras Estaduais. Os membros da comissão precisavam ir
constantemente a Curitiba negociar as verbas da obra e a viagem era feita com o
dinheiro do próprio bolso.
Em pé, Inspetora Nara de Melo, sentados: Prof. Aurélio de Souza Santos,
Profª. Yara N. de A. Grenier e Profª. Aparecida Passarelli
Fonte: Vera Eloísa de Melo Assis
O prédio foi feito com madeira, grande parte
doada por proprietários rurais e beneficiada gratuitamente na serraria local.
Em setembro de 1965, a Escola Normal Grau Ginasial passou a funcionar em local
próprio, com 179 alunos, graças ao convênio com o Estado e ao povo de Itambé. O
corpo docente era formado por: Yara Nobre de Almeida Grenier, Maria Aparecida
Mollo Jorge, Myrna Pereira Persona, Adelaide Emília do Rio Denz, Terezinha
Ivone Menta Dianin, João Achiles Grenier Gluch e Antônia Aparecida Passarelli.
Devido ao falecimento do ex-inspetor Giampero Monacci em junho de 1964, a
escola passou a se chamar Escola Normal de Grau Ginasial “Prof. Giampero
Monacci” de Itambé, a partir de dezembro de 1965.
O Ginásio foi construído num terreno doado pelo Sr. Simão Persona
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé
No ano de 1974, o Governo do Paraná
construiu um prédio de alvenaria na Rua dos Expedicionários e a escola foi
transferida. A professora Adelaide Emília do Rio Denz tomou posse como diretora
em 1975. O Ginásio recebeu nova denominação em 1978, passando a Escola “Prof.
Giampero Monacci” – Ensino de 1º Grau, o novo diretor foi o Prof. Aurélio de
Souza Santos. Em1983, houve uma nova mudança no nome da escola, que passa a ser
chamada de Escola Estadual “Prof. Giampero Monacci”, neste ano assume a direção
o Prof. Gervásio Cardoso dos Santos.
Ao centro, Profª. Adelaide Emília do Rio Denz
Fonte: Gertrudes Granero
De 1987 a 1993, esta escola também
recebeu alunos das quatro séries iniciais do Ensino Fundamental, até a
municipalização de tais séries. A Professora Elione Maria Pereira Antoniassi
ocupou o cargo de diretora entre 1988 e 1989. Em 1990, Gervásio retorna à
direção.
Novo prédio da Escola Estadual “Prof. Giampero Monacci”
Fonte: Esc. Est. “Prof. Giampero Monacci”
Em agosto de 2002, com a aposentadoria
do Diretor Gervásio, assume temporariamente a direção a Prof. Sueli Aparecida
Baraldo Zampar; sendo eleita pela comunidade escolar em 2003 para permanecer no
cargo.
Atualmente a escola é constituída por
quinze turmas de alunos de 6º ao 9º ano – ensino regular, sala de recursos,
sala de apoio de português e matemática, curso de espanhol CELEM, além de
atividades complementares, como o Projeto Tem Teatro, Basquetebol e o Projeto
Escola e Comunidade pela superação dos Desafios Educacionais Contemporâneos.
A secretaria está sob a responsabilidade
de Ivone da Silva Messias e o setor pedagógico com as professoras Adriana
Possobon de Oliveira Ferreira e Ivete Bianchessi Pereira. O quadro de
funcionários também é formado por professores, agentes educacionais, agentes
operacionais e serventes.
Em 2013, para comemorar o jubileu da
Escola, foram realizadas várias atividades, como jogos, missa de Ação de Graças
e coquetel. Antigos funcionários e professores compareceram às solenidades,
assim como o Presidente da comissão que construiu o primeiro prédio da escola,
Senhor Mauro Nakamura.
Mauro Nakamura com os diretores na Missa em Ação de Graças
pelo Jubileu da Escola. Est. “Prof. Giampero Monacci”, 2013
Foto: Denizia Moresqui
A atual diretora Sueli Aparecida Baraldo
Zampar, declarou sobre o jubileu:
“A
Escola Estadual “Prof. Giampero Monacci”- Ensino Fundamental tem a satisfação
de chegar aos 50 anos tendo a juventude no coração. Pois, a função desta
instituição sempre foi formar cidadãos de bem, comprometidos com a comunidade e
o País. Por aqui já passaram inúmeras gerações e ainda passarão outras tantas. O
nosso compromisso sempre será levar o conhecimento e fomentar sonhos em nossos
alunos. Parabenizo a todos que participaram e participam da história desta
escola.”
Escolas
Rurais
De acordo com o Departamento
Municipal de Educação e Cultura de Itambé, também havia 32 escolas rurais no Município,
que eram chamadas de escola isoladas. Na época em que a professora Dulce de
Souza Santos era inspetora de alunos, as escolas da zona rural chegaram a
atender cerca de 400 alunos. Os professores eram transportados de Perua ou
Kombi até estas. Tanto a poeira quanto a lama, em dias de chuva, dificultavam a
viagem. Algumas escolas contavam com o trabalho de merendeira, em outras, o
alimento era preparado na cidade e levado até o campo. Outro problema
enfrentado pelos professores eram as salas multisseriadas. Geralmente havia
apenas duas salas de aula por escola, mas era preciso formar alunos em quatro
séries. Então alunos de 1ª e 2ª séries estudavam na mesma sala com um único
professor, assim também acontecia com as 3ª e 4ª séries. Segundo a professora aposentada
Vitorina Giraldelli Dolce, ela chegou a lecionar em uma turma com 48 alunos, de
1ª à 4ª série. Seu compromisso era garantir o aprendizado de no mínimo 75% dos
alunos, caso contrário, perdia o emprego.
Alunos da Escola Isolada Crito Rei, Comunidade Água Gilberto
Fonte: Maria Bueno
A Prof.ª Vitorina trabalhou assim por doze
anos. De acordo com a Professora Marta Rosa T. Ossucci, inspetora das escolas
rurais, o número de alunos foi diminuindo com o êxodo rural, havia três ou
quatro em cada série, totalizando cerca de 250. Além disso, era preciso levar a
merenda da cidade, que já chegava fria para o consumo e o problema das salas
multisseriadas fez com que Marta pedisse ao prefeito Mário Forastiere, 1ª
gestão, que desativasse as escolas rurais, catorze na época. Então em 1990, a Prefeitura
as desativou e passou a transportar os alunos para estudarem na cidade. Os
professores que atuavam na zona rural foram remanejados para as escolas da zona
urbana. A Professora Marta passou a administrar a merenda escolar enviada pelo
Governo do Estado às escolas de Itambé.
Alunos e professores do Patrimônio Santo Antônio (Guerra)
Fonte: Família Linhares Monteiro
Jardim de Infância
A educação infantil teve início em Itambé no
final da década de 60, quando uma professora de Engenheiro Beltrão abriu um
jardim de infância num prédio público, construído num terreno doado pelo Senhor
Simão Persona. Os pais pagavam mensalidades e esta professora que contratou uma
pessoa sem formação pedagógica para cuidar das crianças. Algum tempo depois, o
Prefeito Misdei Moreschi resolveu assumir o jardim e o ensino tornou-se
gratuito. A primeira responsável pela instituição foi a Professora Laila Saade
Said.
Mães, alunos e
professoras ao lado da piscina
Fonte: Rosa da
Silva Oliveira
A Pré-Escola
Municipal “Branca de Neve” – Educação Infantil foi criada oficialmente em 1974,
através da Lei 240 do dia 17 de outubro de 1974. Seu prédio foi construído no
local onde atualmente está a Praça Massakasso Honda, com a denominação de
Pré-Escola Municipal “Branca de Neve” - Jardim de Infância, foi lhe dado esse
nome devido ao jogo de pureza e cumplicidade que envolve o enredo da história,
onde a felicidade é a meta final, momento em que a criança tem exemplos de
conquista, da autoconfiança, o amor ao próximo e o respeito. A professora
responsável pela pré-escola foi Jamile Saade Said.
Prof.ª Jamile
Saade Said, família Lemos e da Prof.ª Marilene Paruschi, 1977
Fonte: Família
Lemos
O prédio foi demolido em 1985, passando
a Pré-Escola a ter funcionamento em novo endereço, localizado à Rua Lindolfo
José da Silva, 293 – centro, no Município de Itambé, sendo a construção do
prédio escolar uma área de 425,93m2, em alvenaria, uma quadra de
esportes, não coberta, com 350m2 e uma área livre de 199,07m2,
contendo um parquinho (balanço, escorregador, predinho, gangorra e roda),
totalizando uma área de 975m2.
Alunos e
professora no pátio do primeiro prédio da Pré-Escola “Branca de Neve”
Fonte: Vera de
Melo Assis
Em 25/05/1998 a Pré-Escola Municipal
“Branca de Neve” – Jardim de Infância tem sua nova denominação como Pré-Escola
Municipal “Branca de Neve” - Educação Infantil.
A Pré-Escola Municipal “Branca de Neve”
– Educação Infantil tem como entidade mantenedora a Prefeitura Municipal de
Itambé e recebeu o seu primeiro ato de autorização de funcionamento através da
Resolução nº 4832/85.
Segundo prédio da Pré-Escola Municipal “Branca de Neve”
Fonte: C.M.E.I. Branca de Neve
Em 2012,
na gestão de Antônio Carlos Zampar e Benedito dos Santos, passou por uma grande
reforma, na qual foram feitas: ampliação da cozinha, cobertura da quadra,
ampliação das portas, banheiro na sala dos professores, colocação de azulejos
nos banheiros da secretaria, troca de todo o piso, pintura completa do prédio.
Atualmente, a diretora da instituição é a Professora Marlene Decíbio Veloso de
Lucca.
Educação de Jovens e Adultos
O Professor Melquíades Amâncio de Souza
lecionava na região do Patrimônio Santo Antônio (Guerra), na Escola Isolada
Duque de Caxias. Ele lembra que, de manhã e à tarde dava aulas para crianças
pela Prefeitura de Marialva e pelo Estado. À noite, a pedido dos próprios
alunos e sendo pago por estes, ele alfabetizava jovens, adultos e idosos. Pois
não havia ainda no Distrito de Itambé compromisso público com a alfabetização
destes.
Escola Isolada Duque de Caxias
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé
Este compromisso só foi firmado a partir
de 28 de março de 1971, na gestão do Prefeito Gibson Linhares Monteiro. Numa
solenidade na Prefeitura Municipal, onde se reuniram diversas autoridades para
a formação da Comissão que instalou o MOBRAL – Movimento Brasileiro de
Alfabetização. O primeiro presidente da instituição foi o Senhor João Batista
da Silva Paixão, que recebeu por este trabalho o Diploma de Honra ao Mérito do
Ministério da Educação e Cultura.
João Paixão, como era conhecido, foi
Secretário Municipal de Itambé por várias gestões. Ele nasceu no Patrimônio de
Patamuté, Curaçá/BA, e mudou-se para o Paraná em 1940, região de Astorga, onde se
casou com Rosalina Messias. Depois foi para Bom Sucesso trabalhar numa fazenda
como Guarda Livro, uma espécie de contador. Sua formação escolar correspondia à
quarta série. Em 1958, veio para Itambé prestar serviços à Família Moreschi, na
serraria. Na década de 60, mudou-se para São Paulo, onde negociava a madeira daqui.
Mas voltou para Itambé tendo em vista as dificuldades nas vendas por causa da
Revolução de 1964, indo morar na Fazenda Anjo da Guarda. Quando Misdei Moreschi
tornou-se prefeito, João Paixão assumiu o cargo de Secretário Municipal, ocupando-o
de 1965 a 1976, e de 1984 a 1988, ano em que faleceu.
João Batista da Silva Paixão, Presidente do Mobral em Itambé
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé
Na cidade, o Mobral funcionava no prédio
do Grupo Escolar “Olavo Bilac”, com a denominação de Escola Municipal Noturna
“Humberto de Alencar Castelo Branco”. A primeira turma recebeu seus
certificados de conclusão do curso no dia 28 de outubro de 1971. Os oito alunos
foram alfabetizados pela professora Diva Granero Lopes.
A demanda de alunos na zona rural fez com
que fossem criados, em 1972, postos do Mobral nas Escolas Isoladas, abrangendo
todo o Município. Maria de Souza Bueno lembra que na Escola Isolada Cristo Rei,
na Água Gilberto, havia muitos alunos que foram alfabetizados pelo Mobral. Além
de alfabetizar, o Movimento oferecia cursos profissionalizantes, entre 1977 e
1979, tais como: eletricista, pintura em gesso, crochê, pintura em tecido,
manicure e pedicure, bordado à mão, tratorista, arte culinária e corte e
costura. Ao todo, 191 alunos foram atendidos neste período. Depois destes,
outros programas foram implantados.
Entrega de certificados para alunos do Mobral, Esc. Isolada Cristo Rei
Fonte: Maria de Souza Bueno
Em 1985, o Mobral foi extinto e, em 25
de novembro do mesmo ano, por meio do Decreto 91.980, foi instituída a Fundação
Nacional para Jovens e Adultos – Educar, que era uma instituição governamental
vinculada à Secretaria de 1º e 2º graus do Ministério da Educação, como o
objetivo de atuar na Educação Básica de jovens e adultos. Os alunos eram
atendidos na Escola Mário Forastieri, situada na Praça Coração de Jesus, número
178. Mas a Fundação Educar também foi extinta em 1990.
Prefeito Antônio R. Machado com professores e
alunos da Fundação Educar
(Dez. 1988)
Fonte: Família Moreschi
Então, em 1991 é criado o CEEBJA-
Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Prof. “Manoel
Rodrigues Silva”, que funcionava na Escola Mário Forastieri. O Centro oferecia
estudo correspondente às quatro primeiras séries do Ensino Fundamental e estava
vinculado ao Centro de Estudos Supletivos do Município de Maringá. Em 2003, o
CEEBJA passou a funcionar na Escola Municipal “Pe. Aldo Lourenço Matias”. Para
atender aos alunos que queriam avançar em seus estudos, foi criado em 2009 o
EJA, Educação de Jovens e Adultos no Colégio Estadual “Olavo Bilac”, que
oferece o Ensino Fundamental II e o Ensino Médio na modalidade supletivo.
Associação Nipônica de Itambé
Muitos japoneses e descendentes também
vieram colonizar as terras itambeenses. A maioria cultivava hortelã menta. Para
unir estes descendentes, um grupo de nisseis, como Massakasso Honda, Wak
Shiguekato, Morinaga Konigio, Sadao Matsumoto, Hakuji Matsumoto, Nakaba
Matsumoto, Shiguiura San, Mauro Nakamura, Francisco Vatanabe, Massuzo Murata,
Matiã Murata, Antônio Suzuki, Tahíche Matsumoto, entre outros, fundaram a
Associação Nipônica de Itambé. Eles compraram um terreno, construíram um salão
e, posteriormente, criaram a escola para os descendentes de japoneses. Que teve
como primeiro professor o Sr. Roberto Sazaki. O objetivo da escola era
alfabetizar as crianças no idioma japonês, para que a cultura nipônica não se
perdesse. O salão situava-se na Rua Santo Indalécio, entre as Ruas XV de
Novembro e Ferdinando Bianchessi. A fundação aconteceu por volta de 1965. O
primeiro presidente foi o Sr. Massakasso Honda e o segundo Nakaba Matsumoto.
Além da escola, no salão aconteciam
reuniões da comunidade japonesa todos os domingos de manhã. Nas reuniões, eles
exercitavam a língua materna, tratavam de assuntos referentes à imigração para
o Brasil e também sobre notícias do Japão. Além de celebrações religiosas e
festivas. A comunidade era bem organizada e unida. A Associação foi matida até
1976. O último professor foi o Sr. Kumitaro Sato, que foi professor
universitário no Japão e era fluente também em Inglês.
Com o fim do cultivo da hortelã menta, a
comunidade foi diminuindo, muitos membros se mudaram de Itambé. Alguns ainda
ficaram com lavoura branca como: soja, milho e feijão.
Descendentes de japoneses
Fonte: Paulo Tadashi Honda
✌
ResponderExcluirParabéns por contar a história dessa pequena cidade, meu querido Itambé, cidade onde nasci.
ResponderExcluirEatudei em duas deasas eacolas isoladas (Duque de Caxias e Gabriel de Lara). Me lembro dos colegas,(alguns ainda lembro dos nomes completos), das professoras Marilene e Iolanda Berse. Ao ler a história da cidade, recordo também das consultas com o Dr Lafaiete, de meu pai fazendo compra na "venda" do João do Guerra, da Farmácia do Alcides (Patrimônio do Guerra) de ficar esperando a "Rural" passar para nos levar para a escola. Quantas lembranças!
Ainda tenho um baú de memória para descrever aqui, mas por hora vou apenas parabenizá-la pelo blog e por contar a história da minha Cidade Natal. Um forte abraço.
Ivanilde A Lima Rocha - Sumaré/SP
Obrigada por ler nossa história, Ivanilde. Se tiver fotos antigas de vcs aqui em Itambé, digitalize e mande para mim, por favor.
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