quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

HISTÓRIA DE ITAMBÉ - PARTE 10

                                   EDUCAÇÃO

                         Escolas Reunidas de Itambé
             De acordo com o relato do Sr. Mauro Nakamura, em 1950, quando visitou o distrito de Itambé, deparou-se com a primeira professora do local, Dona Aida. Ela alfabetizava os alunos numa garagem cercada de palmito e coberta com tabuinha nos fundos do armazém do Sr. Paulo Tutti. A professora era esposa do Sr. Casemiro, representante do Sr. João Cortez Capel, fundador de Itambé.


Alunos e professores no pátio da escola


          Como todo o Norte do Paraná estava em formação e não havia muitos professores formados, o Estado contratava pessoas com poucos anos de estudo para lecionar. Olímpio Bianchessi lembra que, quando a região do Bairro Catarinense pertencia a Bom Sucesso, o prefeito deste município foi até o bairro para saber se havia alguém que havia estudado até o 4º ano do primário. Seria construída uma escola no local e quem doasse o terreno para a obra poderia indicar alguém da família com formação até o 4º ano para lecionar. Só seria necessário ir a Curitiba fazer um curso de dez dias e, se passasse nas avaliações, se tornaria professor do Estado. Maria, futura esposa de Olímpio, aceitou a proposta, foi a Curitiba, passou no exame e voltou para lecionar na Escola Isolada Catarinense.
          Melquiades Amâncio de Souza, que morou e lecionou na região do Guerra, conta que sua formação era apenas o ginásio (até a 8ª série), mesmo assim se tornou professor estadual e municipal, pela prefeitura de Marialva. Não havia concursos devido à falta de concorrência para os cargos de professores. O salário de um período, correspondente a vinte horas semanais, não era suficiente para quitar as contas do mês. Melquiades calcula que, em valores atuais, chegasse a um salário mínimo.
          De acordo com Eurípedes Mariano da Silva, sua mãe, Maria Terezinha de Jesus Silva, começou a dar aulas mesmo sem ser formada, apenas com o primeiro grau, em 1958, dada a necessidade e carência de professores na cidade. Posteriormente, ela se formou no colegial na primeira turma e passou a ser estatutária, mas o curso superior veio depois de muitos anos.

Profª.  Maria Terezinha de Jesus e seus alunos

Fonte: Eurípedes Mariano da Silva

          Aurélio de Souza Santos e sua esposa Dulce de Souza Santos também se tornaram professores pelo Estado com apenas poucos anos de estudo. Eles chegaram a Itambé em 1954 para viver da agricultura. Mas a dificuldade com a lavoura fez com que ambos procurassem trabalho na educação. Em 1957, eles começaram a lecionar na zona rural de Itambé, Água Marialva, pelo governo do Estado, para alunos de 1ª a 4ª séries. Em 1963, resolveram concluir seus estudos, terminaram o ginásio e cursaram a Escola Normal. O Professor Aurélio ainda concluiu a faculdade, mas, por recomendações médicas, sua esposa não pôde fazer o mesmo. Pois, sendo hipertensa, sofreria muito para se deslocar constantemente até a faculdade.

Professores Dulce de Souza Santos
e Aurélio de Souza Santos
Fonte: Família Zampar

            A primeira escola de Itambé denominava-se Escolas Reunidas de Itambé, onde eram lecionadas aulas de 1º ao 4º anos. Seu prédio foi construído pelo Sr. João Cortez Capel com a finalidade de atrair moradores para o patrimônio em formação. De acordo com o histórico do Colégio Estadual “Olavo Bilac”, em dezembro de 1952, a professora estadual Ester Mateus Pinto de Melo foi removida para Itambé, inaugurou a Unidade Escolar e atuou como professora responsável a partir de 1953. 

Autorização expedida pelo Prefeito de Marialva Antônio

Garcia Neto para que Dona Ester assumisse a responsabilidade
pela Escola Reunidas de Itambé, 1953
Fonte: Vera Eloísa de Melo Assis

         A partir de 1953, as aulas foram iniciadas, tendo no quadro os professores: Ester Mateus Pinto de Melo, Sejismundo Munhoz, Conceição Rezende, Marta Rezende, Iva Terezinha Cardozo, Ivani Ramos Breta, Raida Bacarins Geraldi, Eliza Sierra Cozer, Geovana Rosa e, como servente, Josefa Gomes de Oliveira. Neste ano, a escola atendeu a 165 alunos, em cinco ou seis salas, o prédio contava ainda com banheiros, sala dos professores, sala da diretora, não havia cozinha.


Professora Ester Mateus Pinto de Melo
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé

           Em março de 1954, a professora Ester deixou o Magistério para atuar como cartorária. As Escolas Unidas de Itambé ficaram sob a responsabilidade da Professora Conceição Rezende, depois outros professores a sucederam no cargo, como Maria do Carmo Gomes, Albino Turbay e a Inspetora Maria Frazet.  Em 17 de fevereiro de 1962, foi criado o Grupo Escolar de Itambé, pelo Decreto Nº 6511, a diretora passou a Professora Yara Nobre de Almeida Grenier e como secretária assumiu a Professora Maria Aparecida Mollo Jorge.

Professora Yara Nobre de Almeida Grenier e Dr. Lafayete em entrega
de certificados escolares, década de 60
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé

Profª. Maria Aparecida Mollo Jorge
Fonte: Wilson Prado

           Até o início da década de 60, nem o Estado nem a Prefeitura forneciam merenda, ou pagavam pelo serviço de zeladoras, as professoras destinavam uma parte de seu salário para manter a servente. Então Dona Yara N. de A. Grenier, a diretora da escola, pediu aos alunos para trazer fubá e legumes a fim de haver alimento durante as aulas. A escola também recebia ajuda de comerciantes. A Diretora Yara ainda foi responsável por contratar a merendeira e zeladora, Dona Alvarina Higino Pereira Mendes, que foi paga pelos próprios professores durante dois anos, três ou quatro cruzeiros por mês. Ela trabalhava três períodos do dia. Dona Alvarina conta que, para cozinhar as refeições dos alunos, era preciso fazer uma trempe com tijolos no pátio, na qual eram colocados caldeirões de cem litros, já que não havia fogão. Ela ainda tinha que acordar às quatro horas da manhã para ir à serraria cortar lenha e levar na cabeça até a escola. Quando a merenda estava pronta, era colocada em pratos numa grande mesa para que os alunos se alimentassem, cerca de setecentas crianças por dia. Para lavar a louça, Dona Alvarina triturava cacos de telha e esfregava aquele pó nos vasilhames. Além de preparar a merenda, ela ainda limpava a escola sozinha. Nos dias de chuva, o assoalho das salas de aula ficava tão cheio de barro que era preciso usar até enxada para limpá-lo. Também faltava água para a limpeza, era preciso molhar pó de serra e esfregá-lo no chão.

Funcionárias, professoras e alunos da Escola Olavo Bilac
A terceira da direita para a esquerda é Dona Alvarina
Fonte: Vera Eloísa de Melo Assis

            O Prefeito João Antônio Claro contratou Dona Alvarina e ela passou a receber da Prefeitura. Depois, Dona Yara e seu esposo, Dr. Lafayete, enviaram ao Governo do Estado uma solicitação pedindo a contratação de zeladora para a escola. O pedido foi atendido e Dona Alvarina até recebeu pelos anos que trabalhara. Segundo a própria Alvarina, ela foi a primeira zeladora efetivada pelo Estado em Itambé. Com o tempo, as coisas melhoraram, a escola passou a ter fogão a gás, água encanada, luz elétrica e outras zeladoras foram contratadas.
        No ano de 1965, a Professora Yara deixou a direção da escola e seu cargo foi assumido por Ivone Menta Deanim, já o cargo de Secretária ficou com a Prof. Antônia Aparecida Passarelli.

Turma da 4ª Série de 1969 do Grupo Escolar “Olavo Bilac” em frente
ao primeiro prédio da Prefeitura construído por João Cortez Cappel
Fonte: Rosa Maria Grenier Granzotto

        Em 1967, pelo Decreto nº 8175 de 26/12/67, foi criada a Escola Normal Colegial Estadual “Victor do Amaral”. Passando a funcionar no mesmo prédio do Grupo Escolar “Olavo Bilac”, antigas Escolas Reunidas de Itambé, sendo aprovado o projeto de implantação com habilitação: Magistério e Básico em Agropecuária – do Ensino de 2º Grau com a denominação Colégio “Victor do Amaral” – Ensino de 2º Grau. Tendo como Diretora a Professora Yara Nobre de Almeida Grenier. A Professora Vera Eloísa de Melo Assis lembra que fez toda a documentação necessária à instalação do Colégio, com o auxílio das Professoras Gertrudes Granero e Jamile Saad Said. Vera também atuou, em 1980, na reorganização do Colégio “Victor do Amaral” – Ensino de 2º Grau, que desde a sua fundação funcionava como Escola Normal Colegial Estadual “Victor do Amaral” passando a denominar-se Colégio “Olavo Bilac” – Ensino de 1º e 2º Graus e, em 1983, para Colégio Estadual “Olavo Bilac” – Ensino de 1º e 2º Graus. Pelo 1º Grau, respondia a Professora Ermelina Rúbio Zacarias e pelo 2º Grau, a Professora Yara Nobre de Almeida Grenier.

Colégio Estadual “Olavo Bilac” – Ens. De 1º e 2º Graus


          Em 1981, é reconhecido o curso de 2º grau regular do Colégio “Olavo Bilac” – Ensino de 1º e 2º Graus, com Habilitações Magistério e Básica em Agropecuária. Em 1983, é eleito diretor do colégio, o Professor José Joaquim Pereira Melo e neste mesmo ano a instituição passa a ser denominada Colégio Estadual “Olavo Bilac” – Ensino de 1º e 2º Graus.
          A partir de 1987, o curso Básico em Agropecuária começa a ser substituído gradativamente pelo de Técnico em Contabilidade. No ano seguinte, assume a direção a Professora Jamile Saad Said, que permanece no cargo por dois anos. Em 1990, José Joaquim Pereira retorna à direção e permanece por sete anos no cargo.
         No ano de 1993, o ensino de 1ª à 4ª séries é municipalizado. Então os alunos deste nível, passam a estudar na Escola Municipal “Pe. Aldo Lourenço Matias” – Ensino de 1º Grau, que funcionava no mesmo prédio do Colégio.
        Em 1997, cessaram gradativamente os cursos técnicos e a instituição passa a ter a nomenclatura de Colégio Estadual “Olavo Bilac” – Ensino Médio.
          No ano seguinte, assume a direção o Professor Manoel Messias. Em 2001, volta a este cargo a Professora Jamile Saad Said, que é sucedida pela Professora Elizabete Aparecida Moreno, em 2010.
        A primeira escola de Itambé completou 60 anos em 2013. Para comemorar a data, no dia 26 de fevereiro, uma Missa em Ação de Graças foi realizada na Igreja Matriz Nossa Senhora das Graças, com a presença dos atuais e antigos funcionários, alunos, professores, diretores e da comunidade.

Missa em Ação de Graças pelo aniversário do Col. Est. Olavo Bilac
Fonte: Col. Est. Olavo Bilac
       
                                    Escola Normal de Itambé
          Em 18 de março de 1963, começou a funcionar, no prédio do Grupo Escolar de Itambé, a Escola Normal de Itambé. A criação deveu-se ao Secretário da Educação e Cultura, Dr. Jucundino Furtado, ao Inspetor Regional de Ensino, Prof. Giampero Monacci e às Professoras Magdalena Rosa Ferro Garcia, primeira diretora desta escola, e Cilis Machado, primeira secretária do estabelecimento de ensino. No quadro, além das professoras já citadas, atuaram: Yara Nobre de Almeida Grenier, João Furquim da Silva, Silvanir Pires da Rocha e Nair Godoy Bueno.
            Em 1964, começou um movimento para a construção de um prédio próprio para a Escola Normal, visto que havia aumentado o número de alunos e o prédio do Grupo Escolar já não comportava a todos. O Sr. Simão Persona doou um terreno, com 2.700 metros quadrados, na Vila Persona para que fosse construída uma nova escola. O terreno doado é o mesmo onde hoje está o Complexo Esportivo Ver. Pedro Rampelotti. Uma comissão pró-construção da escola foi formada, tendo como presidente o Sr. Mauro Nakamura, vice-presidente Simão Persona, primeiro tesoureiro Ervin Stein, segundo tesoureiro Misdei Moreschi, primeiro secretário Miguel Jorge e segundo secretário Padre Aldo Lourenço Matias.

Membros da comissão formada em prol da construção da Escola Normal
Fonte: Escola Estadual “Prof. Giampero Monacci” Ensino Fundamental

            A inspetora de ensino era a Dona Nara de Melo, do núcleo de Mandaguari e o General Alpídio Aires de Carvalho, secretário do Departamento de Obras Estaduais. Os membros da comissão precisavam ir constantemente a Curitiba negociar as verbas da obra e a viagem era feita com o dinheiro do próprio bolso.

Em pé, Inspetora Nara de Melo, sentados: Prof. Aurélio de Souza Santos,
Profª. Yara N. de A. Grenier e Profª. Aparecida Passarelli
Fonte: Vera Eloísa de Melo Assis

         O prédio foi feito com madeira, grande parte doada por proprietários rurais e beneficiada gratuitamente na serraria local. Em setembro de 1965, a Escola Normal Grau Ginasial passou a funcionar em local próprio, com 179 alunos, graças ao convênio com o Estado e ao povo de Itambé. O corpo docente era formado por: Yara Nobre de Almeida Grenier, Maria Aparecida Mollo Jorge, Myrna Pereira Persona, Adelaide Emília do Rio Denz, Terezinha Ivone Menta Dianin, João Achiles Grenier Gluch e Antônia Aparecida Passarelli. Devido ao falecimento do ex-inspetor Giampero Monacci em junho de 1964, a escola passou a se chamar Escola Normal de Grau Ginasial “Prof. Giampero Monacci” de Itambé, a partir de dezembro de 1965.

O Ginásio foi construído num terreno doado pelo Sr. Simão Persona
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé

               No ano de 1974, o Governo do Paraná construiu um prédio de alvenaria na Rua dos Expedicionários e a escola foi transferida. A professora Adelaide Emília do Rio Denz tomou posse como diretora em 1975. O Ginásio recebeu nova denominação em 1978, passando a Escola “Prof. Giampero Monacci” – Ensino de 1º Grau, o novo diretor foi o Prof. Aurélio de Souza Santos. Em1983, houve uma nova mudança no nome da escola, que passa a ser chamada de Escola Estadual “Prof. Giampero Monacci”, neste ano assume a direção o Prof. Gervásio Cardoso dos Santos.

Ao centro, Profª. Adelaide Emília do Rio Denz
Fonte: Gertrudes Granero

        De 1987 a 1993, esta escola também recebeu alunos das quatro séries iniciais do Ensino Fundamental, até a municipalização de tais séries. A Professora Elione Maria Pereira Antoniassi ocupou o cargo de diretora entre 1988 e 1989. Em 1990, Gervásio retorna à direção.

Novo prédio da Escola Estadual “Prof. Giampero Monacci”
Fonte: Esc. Est. “Prof. Giampero Monacci”

        Em agosto de 2002, com a aposentadoria do Diretor Gervásio, assume temporariamente a direção a Prof. Sueli Aparecida Baraldo Zampar; sendo eleita pela comunidade escolar em 2003 para permanecer no cargo.
       Atualmente a escola é constituída por quinze turmas de alunos de 6º ao 9º ano – ensino regular, sala de recursos, sala de apoio de português e matemática, curso de espanhol CELEM, além de atividades complementares, como o Projeto Tem Teatro, Basquetebol e o Projeto Escola e Comunidade pela superação dos Desafios Educacionais Contemporâneos.
      A secretaria está sob a responsabilidade de Ivone da Silva Messias e o setor pedagógico com as professoras Adriana Possobon de Oliveira Ferreira e Ivete Bianchessi Pereira. O quadro de funcionários também é formado por professores, agentes educacionais, agentes operacionais e serventes.
          Em 2013, para comemorar o jubileu da Escola, foram realizadas várias atividades, como jogos, missa de Ação de Graças e coquetel. Antigos funcionários e professores compareceram às solenidades, assim como o Presidente da comissão que construiu o primeiro prédio da escola, Senhor Mauro Nakamura.

Mauro Nakamura com os diretores na Missa em Ação de Graças
pelo Jubileu da Escola. Est. “Prof. Giampero Monacci”, 2013
Foto: Denizia Moresqui

      A atual diretora Sueli Aparecida Baraldo Zampar, declarou sobre o jubileu:

      “A Escola Estadual “Prof. Giampero Monacci”- Ensino Fundamental tem a satisfação de chegar aos 50 anos tendo a juventude no coração. Pois, a função desta instituição sempre foi formar cidadãos de bem, comprometidos com a comunidade e o País. Por aqui já passaram inúmeras gerações e ainda passarão outras tantas. O nosso compromisso sempre será levar o conhecimento e fomentar sonhos em nossos alunos. Parabenizo a todos que participaram e participam da história desta escola.”

       
                                             Escolas Rurais

             De acordo com o Departamento Municipal de Educação e Cultura de Itambé, também havia 32 escolas rurais no Município, que eram chamadas de escola isoladas. Na época em que a professora Dulce de Souza Santos era inspetora de alunos, as escolas da zona rural chegaram a atender cerca de 400 alunos. Os professores eram transportados de Perua ou Kombi até estas. Tanto a poeira quanto a lama, em dias de chuva, dificultavam a viagem. Algumas escolas contavam com o trabalho de merendeira, em outras, o alimento era preparado na cidade e levado até o campo. Outro problema enfrentado pelos professores eram as salas multisseriadas. Geralmente havia apenas duas salas de aula por escola, mas era preciso formar alunos em quatro séries. Então alunos de 1ª e 2ª séries estudavam na mesma sala com um único professor, assim também acontecia com as 3ª e 4ª séries. Segundo a professora aposentada Vitorina Giraldelli Dolce, ela chegou a lecionar em uma turma com 48 alunos, de 1ª à 4ª série. Seu compromisso era garantir o aprendizado de no mínimo 75% dos alunos, caso contrário, perdia o emprego.

Alunos da Escola Isolada Crito Rei, Comunidade Água Gilberto
Fonte: Maria Bueno

             A Prof.ª Vitorina trabalhou assim por doze anos. De acordo com a Professora Marta Rosa T. Ossucci, inspetora das escolas rurais, o número de alunos foi diminuindo com o êxodo rural, havia três ou quatro em cada série, totalizando cerca de 250. Além disso, era preciso levar a merenda da cidade, que já chegava fria para o consumo e o problema das salas multisseriadas fez com que Marta pedisse ao prefeito Mário Forastiere, 1ª gestão, que desativasse as escolas rurais, catorze na época. Então em 1990, a Prefeitura as desativou e passou a transportar os alunos para estudarem na cidade. Os professores que atuavam na zona rural foram remanejados para as escolas da zona urbana. A Professora Marta passou a administrar a merenda escolar enviada pelo Governo do Estado às escolas de Itambé.

Alunos e professores do Patrimônio Santo Antônio (Guerra)
Fonte: Família Linhares Monteiro

                              Jardim de Infância
             A educação infantil teve início em Itambé no final da década de 60, quando uma professora de Engenheiro Beltrão abriu um jardim de infância num prédio público, construído num terreno doado pelo Senhor Simão Persona. Os pais pagavam mensalidades e esta professora que contratou uma pessoa sem formação pedagógica para cuidar das crianças. Algum tempo depois, o Prefeito Misdei Moreschi resolveu assumir o jardim e o ensino tornou-se gratuito. A primeira responsável pela instituição foi a Professora Laila Saade Said.

Mães, alunos e professoras ao lado da piscina
Fonte: Rosa da Silva Oliveira

          A Pré-Escola Municipal “Branca de Neve” – Educação Infantil foi criada oficialmente em 1974, através da Lei 240 do dia 17 de outubro de 1974. Seu prédio foi construído no local onde atualmente está a Praça Massakasso Honda, com a denominação de Pré-Escola Municipal “Branca de Neve” - Jardim de Infância, foi lhe dado esse nome devido ao jogo de pureza e cumplicidade que envolve o enredo da história, onde a felicidade é a meta final, momento em que a criança tem exemplos de conquista, da autoconfiança, o amor ao próximo e o respeito. A professora responsável pela pré-escola foi Jamile Saade Said.

Prof.ª Jamile Saade Said, família Lemos e da Prof.ª Marilene Paruschi, 1977
Fonte: Família Lemos
        O prédio foi demolido em 1985, passando a Pré-Escola a ter funcionamento em novo endereço, localizado à Rua Lindolfo José da Silva, 293 – centro, no Município de Itambé, sendo a construção do prédio escolar uma área de 425,93m2, em alvenaria, uma quadra de esportes, não coberta, com 350m2 e uma área livre de 199,07m2, contendo um parquinho (balanço, escorregador, predinho, gangorra e roda), totalizando uma área de 975m2.

Alunos e professora no pátio do primeiro prédio da Pré-Escola “Branca de Neve”
Fonte: Vera de Melo Assis

        Em 25/05/1998 a Pré-Escola Municipal “Branca de Neve” – Jardim de Infância tem sua nova denominação como Pré-Escola Municipal “Branca de Neve” - Educação Infantil.
        A Pré-Escola Municipal “Branca de Neve” – Educação Infantil tem como entidade mantenedora a Prefeitura Municipal de Itambé e recebeu o seu primeiro ato de autorização de funcionamento através da Resolução nº 4832/85.

Segundo prédio da Pré-Escola Municipal “Branca de Neve”
Fonte: C.M.E.I. Branca de Neve

               Em 2012, na gestão de Antônio Carlos Zampar e Benedito dos Santos, passou por uma grande reforma, na qual foram feitas: ampliação da cozinha, cobertura da quadra, ampliação das portas, banheiro na sala dos professores, colocação de azulejos nos banheiros da secretaria, troca de todo o piso, pintura completa do prédio. Atualmente, a diretora da instituição é a Professora Marlene Decíbio Veloso de Lucca.

                               Educação de Jovens e Adultos

      O Professor Melquíades Amâncio de Souza lecionava na região do Patrimônio Santo Antônio (Guerra), na Escola Isolada Duque de Caxias. Ele lembra que, de manhã e à tarde dava aulas para crianças pela Prefeitura de Marialva e pelo Estado. À noite, a pedido dos próprios alunos e sendo pago por estes, ele alfabetizava jovens, adultos e idosos. Pois não havia ainda no Distrito de Itambé compromisso público com a alfabetização destes. 

Escola Isolada Duque de Caxias
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé

             Este compromisso só foi firmado a partir de 28 de março de 1971, na gestão do Prefeito Gibson Linhares Monteiro. Numa solenidade na Prefeitura Municipal, onde se reuniram diversas autoridades para a formação da Comissão que instalou o MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização. O primeiro presidente da instituição foi o Senhor João Batista da Silva Paixão, que recebeu por este trabalho o Diploma de Honra ao Mérito do Ministério da Educação e Cultura.
         João Paixão, como era conhecido, foi Secretário Municipal de Itambé por várias gestões. Ele nasceu no Patrimônio de Patamuté, Curaçá/BA, e mudou-se para o Paraná em 1940, região de Astorga, onde se casou com Rosalina Messias. Depois foi para Bom Sucesso trabalhar numa fazenda como Guarda Livro, uma espécie de contador. Sua formação escolar correspondia à quarta série. Em 1958, veio para Itambé prestar serviços à Família Moreschi, na serraria. Na década de 60, mudou-se para São Paulo, onde negociava a madeira daqui. Mas voltou para Itambé tendo em vista as dificuldades nas vendas por causa da Revolução de 1964, indo morar na Fazenda Anjo da Guarda. Quando Misdei Moreschi tornou-se prefeito, João Paixão assumiu o cargo de Secretário Municipal, ocupando-o de 1965 a 1976, e de 1984 a 1988, ano em que faleceu.

João Batista da Silva Paixão, Presidente do Mobral em Itambé
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé

             Na cidade, o Mobral funcionava no prédio do Grupo Escolar “Olavo Bilac”, com a denominação de Escola Municipal Noturna “Humberto de Alencar Castelo Branco”. A primeira turma recebeu seus certificados de conclusão do curso no dia 28 de outubro de 1971. Os oito alunos foram alfabetizados pela professora Diva Granero Lopes.
            A demanda de alunos na zona rural fez com que fossem criados, em 1972, postos do Mobral nas Escolas Isoladas, abrangendo todo o Município. Maria de Souza Bueno lembra que na Escola Isolada Cristo Rei, na Água Gilberto, havia muitos alunos que foram alfabetizados pelo Mobral. Além de alfabetizar, o Movimento oferecia cursos profissionalizantes, entre 1977 e 1979, tais como: eletricista, pintura em gesso, crochê, pintura em tecido, manicure e pedicure, bordado à mão, tratorista, arte culinária e corte e costura. Ao todo, 191 alunos foram atendidos neste período. Depois destes, outros programas foram implantados.

Entrega de certificados para alunos do Mobral, Esc. Isolada Cristo Rei
Fonte: Maria de Souza Bueno

        Em 1985, o Mobral foi extinto e, em 25 de novembro do mesmo ano, por meio do Decreto 91.980, foi instituída a Fundação Nacional para Jovens e Adultos – Educar, que era uma instituição governamental vinculada à Secretaria de 1º e 2º graus do Ministério da Educação, como o objetivo de atuar na Educação Básica de jovens e adultos. Os alunos eram atendidos na Escola Mário Forastieri, situada na Praça Coração de Jesus, número 178. Mas a Fundação Educar também foi extinta em 1990.

Prefeito Antônio R. Machado com professores e
 alunos da Fundação Educar (Dez. 1988)

Fonte: Família Moreschi

        Então, em 1991 é criado o CEEBJA- Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Prof. “Manoel Rodrigues Silva”, que funcionava na Escola Mário Forastieri. O Centro oferecia estudo correspondente às quatro primeiras séries do Ensino Fundamental e estava vinculado ao Centro de Estudos Supletivos do Município de Maringá. Em 2003, o CEEBJA passou a funcionar na Escola Municipal “Pe. Aldo Lourenço Matias”. Para atender aos alunos que queriam avançar em seus estudos, foi criado em 2009 o EJA, Educação de Jovens e Adultos no Colégio Estadual “Olavo Bilac”, que oferece o Ensino Fundamental II e o Ensino Médio na modalidade supletivo.

                                Associação Nipônica de Itambé
          Muitos japoneses e descendentes também vieram colonizar as terras itambeenses. A maioria cultivava hortelã menta. Para unir estes descendentes, um grupo de nisseis, como Massakasso Honda, Wak Shiguekato, Morinaga Konigio, Sadao Matsumoto, Hakuji Matsumoto, Nakaba Matsumoto, Shiguiura San, Mauro Nakamura, Francisco Vatanabe, Massuzo Murata, Matiã Murata, Antônio Suzuki, Tahíche Matsumoto, entre outros, fundaram a Associação Nipônica de Itambé. Eles compraram um terreno, construíram um salão e, posteriormente, criaram a escola para os descendentes de japoneses. Que teve como primeiro professor o Sr. Roberto Sazaki. O objetivo da escola era alfabetizar as crianças no idioma japonês, para que a cultura nipônica não se perdesse. O salão situava-se na Rua Santo Indalécio, entre as Ruas XV de Novembro e Ferdinando Bianchessi. A fundação aconteceu por volta de 1965. O primeiro presidente foi o Sr. Massakasso Honda e o segundo Nakaba Matsumoto.
        Além da escola, no salão aconteciam reuniões da comunidade japonesa todos os domingos de manhã. Nas reuniões, eles exercitavam a língua materna, tratavam de assuntos referentes à imigração para o Brasil e também sobre notícias do Japão. Além de celebrações religiosas e festivas. A comunidade era bem organizada e unida. A Associação foi matida até 1976. O último professor foi o Sr. Kumitaro Sato, que foi professor universitário no Japão e era fluente também em Inglês.
       Com o fim do cultivo da hortelã menta, a comunidade foi diminuindo, muitos membros se mudaram de Itambé. Alguns ainda ficaram com lavoura branca como: soja, milho e feijão. 

Descendentes de japoneses
Fonte: Paulo Tadashi Honda

3 comentários:

  1. Parabéns por contar a história dessa pequena cidade, meu querido Itambé, cidade onde nasci.
    Eatudei em duas deasas eacolas isoladas (Duque de Caxias e Gabriel de Lara). Me lembro dos colegas,(alguns ainda lembro dos nomes completos), das professoras Marilene e Iolanda Berse. Ao ler a história da cidade, recordo também das consultas com o Dr Lafaiete, de meu pai fazendo compra na "venda" do João do Guerra, da Farmácia do Alcides (Patrimônio do Guerra) de ficar esperando a "Rural" passar para nos levar para a escola. Quantas lembranças!
    Ainda tenho um baú de memória para descrever aqui, mas por hora vou apenas parabenizá-la pelo blog e por contar a história da minha Cidade Natal. Um forte abraço.
    Ivanilde A Lima Rocha - Sumaré/SP

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  2. Obrigada por ler nossa história, Ivanilde. Se tiver fotos antigas de vcs aqui em Itambé, digitalize e mande para mim, por favor.

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O circo no Moreschi

 Bairro Moreschi (Fazenda Anjo da Guarda), local onde, possivelmente, o circo fora montado                                           ...