segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

HISTÓRIA DE ITAMBÉ - PARTE 19

                                 GERAÇÃO DE EMPREGO
           As pessoas que saíram do campo para viver na cidade, inicialmente tornaram-se boias-frias, como Dona Sebastiana Florão, trabalhando no cultivo do algodão e na capinação de soja. O comércio empregava apenas as famílias dos donos dos estabelecimentos, os maiores empregadores neste setor eram as Casas Pernambucanas, instaladas aqui desde 1947, e as cerealistas. De acordo com o Vice-prefeito Benedito dos Santos, que trabalhou nas Casas Pernambucanas, após a geada negra, as vendas caíram muito devido ao êxodo rural e à crise gerada pelo fim dos cafezais. As cerealistas também foram prejudicadas por estes mesmos motivos e tiveram que fechar as portas.

Casas Pernambucanas
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé

         Com o surgimento de herbicidas de combate às ervas daninhas da soja e a com a queda do preço do algodão, o que desestimulou a manutenção desta lavoura entre os agricultores, a mão-de-obra braçal nestas culturas praticamente acabou. Estes trabalhadores foram amparados pelo advento da cana-de-açúcar, que supre as usinas do Município de São Pedro do Ivaí e Dristito de Cambuí, Marialva.
         Na gestão de Paulo Honda e Antônio Possobon, foi construído um barracão industrial, por um convênio entre Estado e Município, para abrigar dez pequenas empresas. O objetivo desta obra era a criação de emprego e renda. Os pequenos empresários não precisariam pagar aluguel, água ou energia. Em troca, a empresa deveria empregar por volta de dez pessoas e aumentar o número de empregados a cada ano. Infelizmente, os empresários não conseguiram cumprir esta meta. Mesmo assim, outros barracões foram construídos, abrigando outras empresas.

Construção de barracões industriais
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé

         Outro ramo que empregou os itambeenses foi a facção de confecções, estimulada na gestão do Prefeito João Cabrera e Vítor Aparecido Fedrigo. A primeira facção instalada aqui gerou, inicialmente, cerca de quarenta empregos. Nesta gestão também foi feito o transporte de trabalhadores para Maringá, onde a população de Itambé passou a trabalhar em frigoríficos, fábricas, construção civil e comércio.
         Na gestão seguinte, de Antônio Carlos Zampar, houve aumento do número de facções de costura no município e construção de barracão industrial para abrigar o setor. Além disso, em outubro de 2010, foi criada a Escola El Shadday, de corte e costura com a finalidade capacitar profissionais, visando o mercado de trabalho. A escola, mantida pela Prefeitura Municipal e coordenada por Deizira Aparecida Ferreira, já havia formado 38 alunos e 10 estavam em curso, na época desta pesquisa, 2012. Ainda manteve-se o incentivo aos trabalhadores que prestavam serviço em Maringá e região. 

Funcionários de confecção instalada em Itambé
Foto: Denizia Moresqui

                                                        ACITA
           Mesmo com o aumento da população urbana após o êxodo rural, o comércio de Itambé enfrentava dificuldades devido à concorrência com Maringá e a inadimplência dos consumidores. Era preciso haver união entre os comerciantes para mudar aquela situação.
           Então em 17 de setembro de 1994, um grupo de comerciantes se reuniu no Clube Recreativo de Itambé e fundou a Acita, Associação Comercial e Industrial de Itambé. O primeiro presidente foi o Sr. Benedito dos Santos Filho, também participaram da reunião os comerciantes: Paulo Maruchi, Idalécio Dário Machado, Idelfonso Machado, João Antoniassi, Francisco Nakamura, Antônio Sérgio Santana, Valdecir Perin, Antônio César Bessani, José Aparecido Berse, Edivaldo R. dos Santos, Lacído Perin, Adonias de Lima, Antônio F. de Souza, Pedro F. de Souza, Valentina Bianchessi, João Katsuto Chi Shina, Jarbas Veiga e José Luiz Antoniassi.
            De acordo com João Antoniassi, comerciante há 36 anos em Itambé e primeiro secretário da Associação, as primeiras providências tomadas foram fazer promoções para fortalecer o comércio, como: descontos, sorteio de prêmios no final do ano e parar de vender fiado para vender a prazo, o que dava mais segurança aos comerciantes. O primeiro beneficiado com estas providências foi o cliente que, com o aumento das vendas no comércio, pôde comprar a preços menores. João acredita que, a partir da criação da Acita, as vendas melhoraram muito.

Show de Prêmios da Acita, 2009
Fonte: Acita

               Hoje, Itambé conta com inúmeras casas de comércio e indústrias. São quatro supermercados, bares e lanchonetes, quiosques de alimentos, indústrias de confecções, escritórios de contabilidade, cabeleireiros, oficinas mecânicas e elétricas, marcenarias, fábrica de colchões, lojas de confecções e armarinhos, vendas e manutenção de computadores, vídeo locadora, quatro farmácias, lotérica, academia de ginástica e musculação, compra e venda de resíduos e sucatas, quatro depósitos de materiais de construção, loja de tintas, moinho, cooperativa agrícola, cooperativa de crédito, duas agências bancárias, escola de línguas, construtoras, comércio de gás, transportadora, serviço de fotografia e filmagem, bufett, restaurantes, lojas de brinquedos e presentes, ótica, loja de cosméticos, bijouterias, provedor de Internet, pedreira, lojas de calçados, serralheria, tornearia, etc.
             Infelizmente nem todas as empresas estão filiadas à Acita, pois a união de todos daria ainda mais força e mais desenvolvimento à indústria e ao comércio local.
             Até 2013, data desta pesquisa, o presidente da associação foi o Senhor Reinaldo Comachio.                                 

Um comentário:

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