GERAÇÃO DE EMPREGO
As pessoas que saíram do campo para
viver na cidade, inicialmente tornaram-se boias-frias, como Dona Sebastiana
Florão, trabalhando no cultivo do algodão e na capinação de soja. O comércio
empregava apenas as famílias dos donos dos estabelecimentos, os maiores
empregadores neste setor eram as Casas Pernambucanas, instaladas aqui desde
1947, e as cerealistas. De acordo com o Vice-prefeito Benedito dos Santos, que
trabalhou nas Casas Pernambucanas, após a geada negra, as vendas caíram muito
devido ao êxodo rural e à crise gerada pelo fim dos cafezais. As cerealistas
também foram prejudicadas por estes mesmos motivos e tiveram que fechar as
portas.
Casas Pernambucanas
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé
Com o surgimento de herbicidas de
combate às ervas daninhas da soja e a com a queda do preço do algodão, o que
desestimulou a manutenção desta lavoura entre os agricultores, a mão-de-obra
braçal nestas culturas praticamente acabou. Estes trabalhadores foram amparados
pelo advento da cana-de-açúcar, que supre as usinas do Município de São Pedro
do Ivaí e Dristito de Cambuí, Marialva.
Na gestão de Paulo Honda e Antônio
Possobon, foi construído um barracão industrial, por um convênio entre Estado e
Município, para abrigar dez pequenas empresas. O objetivo desta obra era a
criação de emprego e renda. Os pequenos empresários não precisariam pagar
aluguel, água ou energia. Em troca, a empresa deveria empregar por volta de dez
pessoas e aumentar o número de empregados a cada ano. Infelizmente, os
empresários não conseguiram cumprir esta meta. Mesmo assim, outros barracões
foram construídos, abrigando outras empresas.
Construção de barracões industriais
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé
Outro ramo que empregou os itambeenses
foi a facção de confecções, estimulada na gestão do Prefeito João Cabrera e
Vítor Aparecido Fedrigo. A primeira facção instalada aqui gerou, inicialmente,
cerca de quarenta empregos. Nesta gestão também foi feito o transporte de
trabalhadores para Maringá, onde a população de Itambé passou a trabalhar em
frigoríficos, fábricas, construção civil e comércio.
Na gestão seguinte, de Antônio Carlos
Zampar, houve aumento do número de facções de costura no município e construção
de barracão industrial para abrigar o setor. Além disso, em outubro de 2010,
foi criada a Escola El Shadday, de corte e costura com a finalidade capacitar
profissionais, visando o mercado de trabalho. A escola, mantida pela Prefeitura
Municipal e coordenada por Deizira Aparecida Ferreira, já havia formado 38
alunos e 10 estavam em curso, na época desta pesquisa, 2012. Ainda manteve-se o
incentivo aos trabalhadores que prestavam serviço em Maringá e região.
Funcionários de confecção instalada em Itambé
Foto: Denizia Moresqui
ACITA
Mesmo com o aumento da população
urbana após o êxodo rural, o comércio de Itambé enfrentava dificuldades devido à
concorrência com Maringá e a inadimplência dos consumidores. Era preciso haver
união entre os comerciantes para mudar aquela situação.
Então em 17 de setembro de 1994, um
grupo de comerciantes se reuniu no Clube Recreativo de Itambé e fundou a Acita,
Associação Comercial e Industrial de Itambé. O primeiro presidente foi o Sr.
Benedito dos Santos Filho, também participaram da reunião os comerciantes:
Paulo Maruchi, Idalécio Dário Machado, Idelfonso Machado, João Antoniassi,
Francisco Nakamura, Antônio Sérgio Santana, Valdecir Perin, Antônio César
Bessani, José Aparecido Berse, Edivaldo R. dos Santos, Lacído Perin, Adonias de
Lima, Antônio F. de Souza, Pedro F. de Souza, Valentina Bianchessi, João
Katsuto Chi Shina, Jarbas Veiga e José Luiz Antoniassi.
De acordo com João Antoniassi,
comerciante há 36 anos em Itambé e primeiro secretário da Associação, as
primeiras providências tomadas foram fazer promoções para fortalecer o
comércio, como: descontos, sorteio de prêmios no final do ano e parar de vender
fiado para vender a prazo, o que dava mais segurança aos comerciantes. O
primeiro beneficiado com estas providências foi o cliente que, com o aumento
das vendas no comércio, pôde comprar a preços menores. João acredita que, a
partir da criação da Acita, as vendas melhoraram muito.
Show de Prêmios da Acita, 2009
Fonte: Acita
Hoje, Itambé conta com inúmeras
casas de comércio e indústrias. São quatro supermercados, bares e lanchonetes,
quiosques de alimentos, indústrias de confecções, escritórios de contabilidade,
cabeleireiros, oficinas mecânicas e elétricas, marcenarias, fábrica de
colchões, lojas de confecções e armarinhos, vendas e manutenção de
computadores, vídeo locadora, quatro farmácias, lotérica, academia de ginástica
e musculação, compra e venda de resíduos e sucatas, quatro depósitos de
materiais de construção, loja de tintas, moinho, cooperativa agrícola,
cooperativa de crédito, duas agências bancárias, escola de línguas,
construtoras, comércio de gás, transportadora, serviço de fotografia e
filmagem, bufett, restaurantes, lojas de brinquedos e presentes, ótica, loja de
cosméticos, bijouterias, provedor de Internet, pedreira, lojas de calçados,
serralheria, tornearia, etc.
Infelizmente nem todas as empresas
estão filiadas à Acita, pois a união de todos daria ainda mais força e mais
desenvolvimento à indústria e ao comércio local.
Até 2013, data desta pesquisa, o
presidente da associação foi o Senhor Reinaldo Comachio.
✌
ResponderExcluir