quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

HISTÓRIA DE ITAMBÉ - PARTE 11

                              CULTURA

                     Biblioteca Municipal
    

        A primeira biblioteca pública de Itambé foi feita através de uma campanha promovida pelas escolas do município juntamente com o Prefeito Gibson Linhares Monteiro. A campanha incentivou os moradores da zona urbana e rural a doarem livros que formaram o acervo da biblioteca instalada no primeiro andar da Prefeitura. Uma das primeiras bibliotecárias foi a Senhora Robenita Barbosa. Assim, alunos, professores e todos os cidadãos ganharam um local para fazer pesquisas, emprestar livros e ler periódicos. Na segunda gestão do Prefeito Mário Forastieri, a biblioteca foi instalada no prédio da antiga rodoviária e recebeu o nome de Biblioteca Municipal “Prefeito Gibson Linhares Monteiro”. Além do acervo bibliográfico, conta também com dois telecentros adquiridos com ajuda do Deputado Federal Odílio Balbinotti.

Reforma da antiga rodoviária para a instalação da Biblioteca Municipal
Fonte: Família Forastieri
                                 
                                           Fanfarra
         Segundo Carlos Henrique Jorge Naufel, a fanfarra começou a ser montada em 1958, por seu pai, Miguel Jorge Nauffel (Michel), quando ele se mudou para Itambé. O Professor Michel aprendeu a tocar os instrumentos no seu tempo de quartel e isto passou a ser uma paixão. Ele comprou trinta instrumentos em Curitiba e começou a ensinar estudantes a tocar. Então no desfile de 7 de setembro de 1958, ouviu-se pela primeira vez o som de uma fanfarra em Itambé, para marcar a Indepência da Pátria.
        Os moradores gostaram do grupo e doaram dinheiro para a compra de mais instrumentos. Toda vez que Michel viajava a Curitiba, trazia mais peças para a fanfarra. Além de instrumentos, ele também buscava materiais da FUNDEPAR, Fundação Educacional do Paraná, para as escolas. Com o tempo, a fanfarra ficou com mais de cem instrumentos, que eram guardados na Escola Estadual “Prof. Giampero Monacci”. Por três décadas, o Prof. Michel comandou o grupo, que tocava nas principais festividades de Município e também em cidades da região.

Fanfarra em desfile
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé

            Em 1986, Evangelista Aparecido da Silva passa a ser o instrutor do grupo, posto que ocupou até 1991, quando a fanfarra foi desativada. Os instrumentos ficaram guardados na casa o Professor Michel por dezesseis anos.
           Então, em setembro de 2007, as Professoras Aldair Pereira Guimarães e Maria Helena Zampar dos Santos, juntamente com o Prof. Michel, seu filho Carlos Henrique, ex-alunos e a comunidade de Itambé se uniram para restaurar os instrumentos, adquirir outros e colocar a fanfarra novamente nas ruas. O que aconteceu no aniversário de Município, dia 30 de novembro de 2007. Em homenagem ao Professor, a fanfarra recebeu o nome de “Fanfarra Michel Naufel”. A volta desta foi destaque até na imprensa paranaense e uma grande alegria para Itambé.
         Poucos meses depois, o Prof. Michel veio a falecer. Mas levou consigo a satisfação de ver ser sonho realizado: a fanfarra novamente alegrando a cidade. Hoje, o filho de Michel, Carlos Henrique (Carlinhos) comanda o grupo que se destaca nas festividades cívicas de Itambé.

Prof. Michel na última vez em que conduziu a fanfarra
30 de novembro de 2007
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé

          Outro marco importante em relação ao civismo foi a passagem do “Fogo da Pátria” pela cidade, no final da década de 70. O evento, realizado pela Liga da Defesa Nacional, tem como objetivo fomentar o conceito de “Cidadão Soldado”. A fundação da Liga deu-se em 1916, com a campanha vitoriosa de implantação da obrigatoriedade do Serviço Militar. Aqui o Fogo chegou pelas mãos de José Pereira de Melo Junior e sua sobrinha Renecéya de Melo Assis. Eles entraram na cidade e acenderam a pira que, durante a noite, não ficou sozinha, houve vigília dos pais dos alunos e demais cidadãos. A tocha foi entregue ao Prefeito Rafael Lopes, o responsável pelo êxito desse acontecimento.

O Fogo Simbólico sendo passado às mãos do Prefeito
Fonte: Renecéya de Melo Assis

                                          Banda Municipal

          A Banda Municipal Carlos Gomes foi fundada na gestão do Prefeito Gibson Linhares Monteiro e Vice Paulino Orlandini, que teve como Presidente o Senhor Deodato da Cruz de Oliveira e fizeram parte da diretoria desta banda os senhores Mauro Nakamura, Osvaldo Fernandes da Silva, Bruno Ossucci, Geraldo Gonçalves Torres, entre outros. Alguns membros da diretoria também eram integrantes da banda.  Os músicos eram Deodato, Fortunato dos Santos, João Granero, Simão Vendrami, Carlos Bessani, Laerte Campagnole, Osmair e outros, todos trabalhavam como voluntários. O maestro era o Senhor Amilton Jeremias, que atua até hoje como maestro em Itaguajé e Jardim Olinda, Paraná. A banda fazia apresentações na Praça Rui Barbosa, também em escolas e atraía toda a população. O repertório era composto por músicas populares atuais, clássicas, sertanejas, hinos pátrios.
          Na Praça Rui Barbosa havia um coreto no qual a Banda se apresentava. Como o maestro Amilton mudou-se de Itambé, a banda foi desativada nos anos 70. Os instrumentos de sopro e prato foram doados a igrejas, fanfarra e outros foram emprestados e acabaram desaparecendo.

Banda Municipal Carlos Gomes
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé

                                                   A Pedra
        
           Em 1968, o maestro Amilton Jeremias juntou-se a um grupo de jovens para formar uma banda chamada The Darling. Amilton foi um dos primeiros professores de música de Itambé. De acordo com Manoel Alves da Silva, o maestro ensinava música para cerca de trinta alunos. Em 1971, Amilton, que tocava pistom, deixou a banda e os integrantes mudam o nome do grupo para A Pedra.

Maestro Amilton Jeremias
Fonte: Maria de Souza Bueno

              O nome surgiu quando alguns componentes do grupo estavam andando a pé pela Avenida São João e um deles chutou uma pedra. Daí surgiu a ideia. Os músicos eram Gervásio Pereira da Silva que tocava a guitarra solo e o órgão, João Rodrigues Gomes (João Guarda) no contrabaixo e voz, junto com Sabino (Zumbi). Outro cantor era conhecido como Nentô, que apesar de ter pouco estudo, cantava em inglês as músicas de John Lennon.  A voz feminina ficava com Lúcia Gouveia, Fritz Bindewald tocava guitarra (base) e cantava, Manoel Alves da Silva ficava na bateria, e João Granero tocava Saxofone. A banda ensaiava no Clube do Michel e tocava em bailes e carnavais de todas as cidades da região. Tocaram também em Assis Chatobrian e Guairaçá. O líder da banda, Gervásio, apaixonado pela música, sempre investia para a manutenção do grupo, comprando discos de vinil atuais para que a banda ampliasse o repertório, que era composto por Rock, Bolero, Samba, Swing, Valsa e outros ritmos. A banda era uma diversão para os músicos, nenhum deles dependia dos cachês para viver, pois todos exerciam outras profissões. Então o dinheiro das apresentações era investido na manutenção dos instrumentos e compra de equipamentos de som.

Banda A Pedra
Fonte: Gervásio Pereira da Silva

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