terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

HISTÓRIA DE ITAMBÉ - PARTE 20


                       ATENDIMENTO SOCIAL

                                    APMI



  
Sede da APMI
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé

           A APMI, Associação de Proteção à Maternidade e à Infância, surgiu na década de 70, sua primeira sede começou a ser construída na  gestão de Misdei Moreschi e vice Mário Forastieri, sendo inaugurada por Rafael Lopes e Miguel Jorge. Esta associação foi criada devido à grande ocorrência de mortalidade infantil. Por falta de informação, muitas mães perdiam seus filhos cedo ou ainda nasciam mortos. A primeira presidente da APMI foi a Senhora Adenir Cesco Cardin e a secretária era a Senhora Shirlei dos Reis Louzada. A função desta entidade era visitar todas as gestantes e fazer reuniões nas quais eram passadas informações sobre os cuidados na gravidez e com os recém-nascidos. Além disso, eram feitas promoções para angariar fundos para a manutenção da entidade, como os bailes, campanhas de agasalho, dentre outras. Também eram oferecidos cursos profissionalizantes de artesanato, culinária, costura, etc. Na gestão de Antônio R. Machado, foi construída a sede atual.


Primeira comissão da APMI
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé

           Para ajudar na manutenção da instituição, os coordenadores da APMI promoviam os famosos bailes de debutantes. Nestes eventos, as moças de quinze anos eram apresentadas à sociedade itambeense. A Senhora Adenir  Cesco Cardin fazia questão de trazer o cantor Toni Angeli para abrilhantar a festa. Os bailes eram realizados no Clube Municipal e atraíam centenas de pessoas. Era o acontecimento social do ano, um rito de passagem da infância para a juventude. As moças usavam longos vestidos brancos, desfilavam pelo clube e dançavam valsa com seus pais e depois com os padrinhos. 


Baile de Debutantes de 1979
Fonte: Família Cardin
                         
           Após a morte da Senhora Adenir, a APMI passou a ser denominada Associação de Proteção à Maternidade, à Infância e Família de Itambé Adenir Cesco Cardin, como forma de homenagear a mulher que tanto colaborou com a instituição e com o Município de Itambé. Até 2016, a Associação era presidida pela Senhora Maria de Fátima Bernardes Cesco.
          
                            CONSELHO TUTELAR
 


                                                        Logomarca do CMDCA


              Os conselhos de Direitos da criança e do adolescente são criados através da Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990.  Então, com o objetivo de garantir maior proteção à criança e ao adolescente, pela Lei Municipal nº 2682/91, foram criados em Itambé o Conselho Tutelar e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA).  A primeira presidente do Conselho Tutelar foi a Senhora Elizabete Bróio Artachi e do CMDCA foi o Professor Gervásio Cardoso dos Santos. O cargo de Presidente do Conselho Tutelar foi ocupado também por Lourdete Bianchessi Bonugli, Vera Lúcia Patrício Barbosa e Thais Iori.
             O Conselho Tutelar é composto por cinco membros que têm a função de proteger e defender os direitos dos menores de idade, além de instruir seus pais ou responsáveis. Os conselheiros devem ser acionados sempre que houver um menor em situação de risco, como violência física ou emocional. Este órgão tem autonomia funcional, ou seja, não é subordinado a nenhum outro poder estatal. Mas é fiscalizado pelo CMDCA, Conselho Municipal dos Diretos da Criança e do Adolescente, para garantir os pré-requisitos exigidos dos conselheiros tutelares pelo ECA, como idoneidade moral e residência no município.
                Em 2013, data desta pesquisa, a Presidente do Conselho Tutelar de Itambé era a Senhorita Deise Alessandra Moresqui e as demais conselheiras eram: Andréia Fátima B. Gonella, Ivonice R. dos Santos, Márcia Meireles dos Santos e  Madalena Limoli Gomes.  A Presidente do CMDCA é a Senhora Wanda de Oliveira Gabriel.
 


Projeto Circo
Fonte: Ruth Lopes
                     
                Além de ser um agente fiscalizador do Conselho Tutelar, o CMDCA também viabiliza projetos em prol da criança e do adolescente, através do FIA, Fundo para a Infância e Adolescência. Os recursos arrecadados pelo Fundo são repassados para as entidades cadastradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente que, após apresentarem programas ou projetos que asseguram os investimentos às crianças e adolescentes e aprovados pelo mesmo, as verbas são liberadas.
          No ano de 2012, data desta pesquisa, as Entidades que tiveram programas aprovados no CMDCA foram: APMFI, com um programa de Reciclagem, Pastoral da Criança, com a Multi Mistura, Projeto Esperança Brasil-Suíça-PEBRASS, com o O Circo e APAE com o programa de apoio a Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla.
           A conta deste fundo recebe recursos de pessoas físicas que podem destinar de 3% a 6% do seu imposto de Renda devido e das empresas que podem abater até 1% do seu lucro real. Além disso, qualquer pessoa pode fazer doações ao fundo.


Materiais adquiridos para a APAE
Fonte: Ruth Lopes

                                                    CRAS
 
                    A proteção à família foi ampliada com a criação do CRAS, Centro de Referência de Assistência Social, em 2010, na gestão de Antônio Carlos Zampar e Beneditos dos Santos. De acordo com Luciana Penha Antoniassi Coneglian, primeira gestora do Centro, o CRAS é o local onde as famílias que atravessam alguma dificuldade financeira ou emocional podem encontrar ajuda. Pois, além de assistente social, o Centro conta com psicólogas.
                    O CRAS realiza vários trabalhos como a distribuição de cestas básicas, ofertas de cursos de capacitação, para que as pessoas em situação de dificuldade possam superá-la. Já foram ofertados cursos através do Senac: preparo de doces, salgados, manicure e pedicure, técnicas em vendas, técnicas de garçom; e pelo Senar: mulher atual, que visou melhorar a autoestima da mulheres, jovem agricultor aprendiz. Além disso, o Centro mantém um grupo de apoio socioeducativo, em que as famílias aprendem a administrar o orçamento doméstico, ter noções de valores e dignidade. Em parceria com o Departamento de Saúde, o Cras atende jovens e adolescentes em cursos com temas sobre: família, gravidez na adolescência, combate ao uso de drogas, doenças sexualmente transmissíveis, etc.
                    Outro projeto do Centro, que tem parceria da Pastoral Familiar, é a Rua da Cidadania, que oferece serviços gratuitos à comunidade, como: emissão de documentos, assistência jurídica, corte de cabelo, recreação para as crianças, teatro, doação de sangue ao hemocentro, vacinas, orientação odontológica e sobre dengue, combate ao uso de drogas, etc.
                    O Centro atende em média a 150 famílias por mês, algumas precisam de atendimentos eventuais, outras são atendidas constantemente.
                    Luciana P. A. Coneglian, que deixou a gestão do Cras em 2011, diz o seguinte sobre o trabalho:
                    “Foi um aprendizado de vida, em primeiro lugar. Ver que as pessoas, independente de classe social, cor, raça ou credo, são filhos de Deus e merecem respeito, amor e atenção. Eu podia ajudá-las de maneira que não se sentissem humilhadas. Porque, muitas vezes, elas vão ao CRAS com vergonha e preconceito por estarem pedindo ajuda. Mas é preciso que saibam que elas são muito mais que isso, que enxerguem seu valor e que podem mudar de vida. Para mim, o CRAS é o filho que eu não tenho. Foi um presente de Deus na minha vida, onde eu aprendi a dar valor nas pequenas coisas, como um prato de comida, uma casa descente para morar, uma roupa que você pode comprar. Foi muito difícil deixar a gestão do Centro. Mas que bom que ele ficou em boas mãos.”

          Até 2016, o Centro era dirigido pela fonoaudióloga Edna Feltrin.
 


Sede do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social)
Foto: Denizia Moresqui

    ATENDIMENTO AO IDOSO

            Com o envelhecimento da população, foi preciso tomar medidas para melhor atender aos idosos. Uma delas foi a construção de casas, na administração do Prefeito Mário Forastieri, para abrigar famílias carentes. Entre estas, os idosos que se encontravam desamparados também foram beneficiados.
            De acordo com a técnica de Educação Física Luci da Silva, a terceira idade frequentava muito o Posto de Saúde. Então, a enfermeira Leny Schlatter, diretora do Departamento de Saúde, pediu à Luci que desenvolvesse um trabalho com eles. A primeira dama Natalina Forastieri sugeriu que fossem feitos bingos na APMI. No entanto, além da dificuldade de tirar os idosos de casa, os que iam levavam os netos e estes acabavam jogando o bingo no lugar dos avós. Depois Luci tentou promover bailes, também não deu certo. Foi preciso mudar a estratégia, a ginástica foi a solução. No princípio, o trabalho era feito com cordas, bolas e desafios. À medida que os idosos foram ficando mais velhos, foi necessário aliviar os exercícios. Em 2012, era feito alongamento três vezes por semana no Ginásio de Esportes Machadinho, à tarde, e duas vezes por semana na Praça Pref. João Antônio Claro, de manhã. No primeiro ano do grupo, cerca de 40 pessoas participaram das atividades.
 


Ginástica para idosos no Ginásio de Esportes, 2007
Fonte: Divisão Municipal de Cultura

            Com o sucesso da iniciativa, há quatro anos, o Programa Saúde da Família passou a fazer parte do projeto.  Depois a Assistência Social, que recebe uma verba para uso exclusivo com idosos, também se tornou parceira com a promoção de saúde à terceira idade. Na gestão de João Cabrera, foi inaugurado o Clube do Idoso, para reuniões, jantares e bailes. Os equipamentos como: geladeira, fogão e congeladores, foram adquiridos com dinheiro de promoções.
            Atualmente, as atividades desenvolvidas em prol dos idosos são: alongamento com acompanhamento de profissionais da saúde; uma vez por mês, café da manhã com verificação de glicemia e palestras com médicos e enfermeiros; viagens ao litoral do Paraná e Aparecida do Norte /SP; passeios a chácaras e bailes da região; cursos de memória, oratória e flores. 


Viagem à Aparecida do Norte
Fonte: Luci da Silva

            Quanto aos resultados deste trabalho, Luci declarou:

     “Eu vejo pela minha mãe, ela ficou viúva e leva uma vida normal, não vive dentro de casa; se ela fica em casa, aparecem as dores. Mas quando viaja, esquece a dor. Os idosos também desenvolveram censo crítico e sabem reivindicar seus direitos. Algo que aprenderam em palestras e em conversas com outros idosos.”

           Hoje o Grupo 3ª Idade em Ação é formado por setenta idosos. A frequência deles no Centro de Saúde diminuiu, o que comprova a eficácia do investimento nesta faixa etária.
 


Almoço em comemoração ao Dia do Idoso, 2007
Fonte: Luci da Silva

          Outra medida foi a instalação de ATI, Academia da Terceira Idade. Esta academia surgiu em Pequin, China, e foi trazida ao Brasil pela Prefeitura de Maringá. A primeira ATI do país foi montada na Avenida Parigot de Souza, em 12 de abril de 2006. Hoje a Cidade Canção conta com mais de 40 academias. A ideia espalhou-se também pelo Brasil. Até 2012, mais de 700 municípios aderiram ao projeto. Em Itambé, a primeira ATI foi montada na Praça Coração de Jesus, durante a gestão de João Cabrera e Vítor Aparecido Fedrigo; a segunda foi instalada na Praça Massakasso Honda, na gestão de Antônio Carlos Zampar e Benedito dos Santos. Frequentadas por idosos, jovens e adultos, as academias proporcionam mais qualidade de vida às pessoas.


Inauguração da ATI, Academia da Terceira Idade, 2008
Fonte: Luci da Silva

          De acordo com a Vereadora Luci da Silva, um projeto que está em fase de estudos é a creche do idoso. Neste local, a famílias poderiam deixar os idosos que necessitam de acompanhamento com atendentes de manhã e voltar para buscá-los à tarde. Outros ainda poderiam morar na creche. A entidade atenderia pessoas de Itambé e região.

 


Um comentário:

O circo no Moreschi

 Bairro Moreschi (Fazenda Anjo da Guarda), local onde, possivelmente, o circo fora montado                                           ...