ESPORTE E LAZER
CLUBE RECREATIVO
DE ITAMBÉ
De acordo com a primeira ata
do Clube Recreativo de Itambé, no dia 15 de setembro de 1981, houve uma reunião
no Salão Nobre da Câmara dos Vereadores para tratar da fundação de uma
associação recreativa e esportiva sem fins lucrativos. No evento, estavam
presentes os senhores: Evandro Lopes, Rafael Lopes, Josias Vieira, Paulo T.
Honda, Mauro Nakamura, Alvino João Bindewald, José Maurício Camilo e Onildo
Pedrini.
A ideia foi exposta por Josias
Vieira e Evandro Lopes. Em seguida, Josias, Mauro Nakamura e Paulo T. Honda
foram designados a reunir sócios e averiguar custos para a realização da obra.
A pretensão era construir duas piscinas, uma adulta e uma infantil, e a sede.
Na segunda reunião do grupo, em
30 de setembro de 1981, esteve presente um engenheiro da Empresa Specian Luz,
de Londrina-Pr. Ele apresentou o projeto e o custo da obra, com o terreno
incluso. O projeto foi aprovado, a associação foi denominada Clube Recreativo
de Itambé e Josias Vieira foi o primeiro presidente e o vice Paulo T. Honda.
A inauguração aconteceu a 21 de
março de 1981, com mais ou menos 350 associados. O clube dispunha de uma
piscina para adultos com 25 metros de comprimento por 12,5 de largura, outra
para crianças com 12 por 6 metros, um bar e dois banheiros. O primeiro zelador
foi o senhor João Ernesto Maia, que trabalhou na Fazenda Minerva, onde também
cuidava da piscina. O porteiro era conhecido como Seu Nhozinho.
Inauguração do Clube Recreativo de Itambé
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé
No decorrer dos anos, as
dependências do Clube foram ampliadas com: sauna, salões de festas, bar, campo
de futebol suíço, vôlei de areia, churrasqueira, parquinho, tobogã e academia de
musculação, atualmente com 32 aparelhos.
Além de diversão nas
piscinas, os associados ainda podiam participar de campeonatos de futebol
suíço, que se iniciaram em 1985, na administração de Gervásio Cardoso dos
Santos, e duraram até 2005. Segundo Antônio Paulo do Nascimento, o advento da
Internet afastou por algum tempo os frequentadores do clube, por isso, os jogos
cessaram. Em setembro de 2012, na administração de Juscélio da Silva Moreski,
os torneios recomeçaram.
Na década de 2000, Antônio Paulo do
Nascimento, presidente do Clube de 1997 a 2012, decidiu fazer promoções e
eventos para angariar mais fundos para a manutenção do local, como bingos.
Porém o evento de maior
sucesso foi o Baile do Hawaí. Paulo, o idealizador do projeto, inspirou-se no
primeiro baile do Hawaí do Município que ocorreu em 7 de julho de 1977,
promovido pela APMI e animada pela Banda Jair Supercap Show, de nível nacional.
Para Paulo, esta banda, que tocava em bailes no Guarujá-SP, era um fenômeno,
pois trouxe os metais e gelo seco pela primeira vez à cidade. O evento marcou a
história de Itambé.
Baile do Hawaí promovido pela APMI, 1977
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé
Então quando assumiu o clube,
Paulão, como é mais conhecido, decidiu fazer um luau havaiano. No primeiro, em 2001, apenas a população
itambeense participou, cerca de 430 pessoas. Os equipamentos da banda Sapato
Velho, de Maringá, foram trazidos em cima da caminhonete do Senhor Elias Chicralla.
Em 2005, com o aprendizado de
alguns anos, o baile atraiu tanta gente, que foi preciso fechar as portas do
clube porque não cabia mais ninguém, devido à falta de estrutura do local.
Cerca de 900 entraram e 300 foram embora. Então para a festa de 2006, a
estrutura do clube foi adaptada para receber mais pessoas. Hoje, o baile do Havaí
é um dos maiores eventos sociais da região, atraindo cada vez mais pessoas de
Itambé e cidades vizinhas, cerca de 1600 pessoas comparecem à balada, a capacidade
máxima do clube. Um mês antes do evento, todas as mesas já estão vendidas.
Paulo diz que não faz propaganda para fora da cidade, apenas o convite dos
moradores de Itambé a parentes e amigos, além da Internet trazem centenas de
pessoas ao clube. Ele acredita que, se houvesse estrutura maior, o baile
atrairia mais de 3000 pessoas. Já animaram o evento a dupla Hugo Pena e
Gabriel, Jean e Júlio, Álvaro e Daniel, Banda Herança, entre outros. Paulo
dispensou Luan Santana no início de sua carreira, porque, numa enquete no
Orkut, o povo escolheu Jean e Júlio.
O Baile do Havaí também movimenta
a economia local, pois é a terceira data em que o comércio mais vende. Além de
aumentar a clientela de salões de beleza. Atualmente, o evento acontece no
início do mês de outubro.
Baile do Hawaí, 2014
Foto: Denizia Moresqui
NOVOS
RUMOS DO ESPORTE
O crescimento da população urbana
também proporcionou a prática de outras modalidades esportivas. Para atender a
esta demanda, no mandato de Rafael Lopes, foi feita uma quadra de esportes,
onde os atletas poderiam jogar futebol de salão, vôlei, handebol e basquete.
Além desta, a cidade também pôde contar com a quadra da Esc. Est. “Prof.
Giampero Monacci”, construída no mesmo período.
Equipe de futsal na quadra poliesportiva
Fonte: José Carlos Nardi
No local da quadra municipal, durante
a gestão de Antônio Rodrigues Machado e Mário Forastieri, foi construído o
Ginásio de Esportes Machadinho, obra que impulsionou a prática esportiva,
principalmente o futsal. Várias equipes se formaram no Município para treinar e
disputar o Campeonato Municipal de Futsal. O evento, que durava vários meses,
lotava as arquibancadas do ginásio, o público formava torcidas organizadas e, a
cada gol, o barulho da alegria enchia de ecos o espaço.
Abertura do Campeonato Municipal de Futsal, década de 80
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé
Além dos jogos de futsal, handebol,
basquete e vôlei, o local também servia para as gincanas promovidas pelas
instituições de ensino estaduais: E. E. P. “Giampero Monacci” e C. E. “Olavo
Bilac”. Nestes eventos, duas equipes eram formadas, entre as duas escolas ou
entre turmas da mesma escola, e precisavam cumprir tarefas que eram avaliadas
pelos jurados. As disputas eram acirradas, todos lutavam pela vitória.
Anteriormente, as apresentações eram realizadas no clube, mas o local ficou
pequeno para o grande público, então foram transferidas para o ginásio, mesmo
assim, não sobrava espaço nas arquibancadas. As tarefas giravam em torno de
temas culturais, como imitar cantores, fazer cenas de novelas ou programas
humorísticos, desfiles de miss e mister, danças, etc. O objetivo desta
atividade era angariar fundos para as escolas com a arrecadação de prendas,
estimular a criatividade dos alunos e o trabalho em equipe.
Gincana no Ginásio de Esporte Machadinho
Fonte: Aline Bróio Rodrigues Vitorino
De acordo com Luci da Silva,
instrutora de Educação Física da Prefeitura Municipal de Itambé, o esporte é
hoje subsidiado pelo Município, que além de comprar equipamentos e cuidar da
manutenção dos centros esportivos, ainda mantém os profissionais desta área,
para incentivar crianças e adolescentes até dezessete anos a praticarem algum
tipo de esporte. Itambé tem participado dos Jogos da Juventude, dos Jogos
Escolares, Jogos Abertos; algo que cidades pequenas geralmente não fazem. E
assim alguns talentos já foram descobertos. Além disso, há atletas que já estão
ingressando profissionalmente na carreira. As modalidades esportivas
contempladas pelos professores são: handebol masculino e feminino, futebol de
salão masculino e feminino e futebol de campo, além de ginástica para idosos e
pessoas com hipertensão. Eventualmente são promovidos campeonatos de futsal e
futebol de campo para adultos. O que, segundo Luci, tem um alto custo para o
Município, já que a contratação de árbitros é cara. O ideal é que houvesse uma
associação que financiasse o esporte para adultos como a AMEI, Associação
Municipal de Esportes de Itambé.
Abertura do Campeonato Municipal de Futsal, década de 90
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé
A AMEI foi criada no início da
década de 90 com o objetivo de estimular e financiar o esporte amador. Os associados
promoviam campeonatos de futsal e os Jogos Abertos Municipal de Itambé, em
parceria com Paraná Esporte e Prefeitura Municipal. A associação era formada
por voluntários que se revezavam para trabalhar nos eventos. O objetivo do
grupo era estimular o esporte como forma de proporcionar mais saúde, qualidade
de vida, entretenimento à população e ocupar os jovens com boas atividades.
Abertura dos Jogos Abertos Municipal de Itambé, 1999
Fonte: Prefeitura Municipal de Itambé
Os Jogos Abertos Municipal envolviam
toda a cidade, que era dividida em setores por quatro cores: verde, amarela,
azul e branca. As modalidades esportivas alcançavam pessoas de todas as idades,
eram: malha, tiro ao alvo, futebol de campo sênior, adulto e juvenil, handebol,
basquete, voleibol, bola queimada, corrida de 100 e 200 metros, bocha e sinuca.
A participação popular era grande, tanto na prática dos jogos como nas
arquibancadas, e havia mais procura pelos treinamentos. Os Jogos foram
realizados entre os anos de 2001 e 2004, gestão Mário Forastieri e Vítor
Aparecido Fedrigo. De acordo com Luci da Silva, hoje o esporte tem perdido
campo para a Internet. Muitos jovens preferem os jogos virtuais às quadras e
campos. Isto é um fenômeno mundial. Atualmente, o objetivo dos professores é
dar sonhos às crianças e aos adolescentes e incentivá-los a estudar.
O dinheiro para financiar os
campeonatos de futsal e outros eventos esportivos vinha da venda de ingressos
para as partidas e de festas no Clube Municipal, animadas pelo som eletrônico
Mackson. As brincadeiras dançantes, como eram chamadas as “baladas” daquela
época, começaram a ser realizadas no Clube Municipal por volta de 1984, pelo o
Som Eletrônico Mirage. Como só havia um som para atender Itambé e Floresta, a
festa acontecia em Floresta no sábado e aqui no domingo. Depois, o Mirage foi
substituído pelo Mackson, de José Marcos Camilo. Neste período, iniciou-se o
financiamento do esporte através das brincadeiras dançantes. Por não haver
nenhuma balada domingo à noite na região, além de Itambé, o clube recebia
jovens de várias cidades, como: Floresta, Bom Sucesso, São Pedro do Ivaí,
Jandaia do Sul, Maringá, São João do Ivaí, entre outras. Os bailinhos começavam
às vinte e uma horas e terminavam à meia noite. Difícil era acordar cedo na
segunda-feira para trabalhar ou estudar. Mas, na semana seguinte, todos estavam
de volta ao clube. Muitos namoros, estimulados pela música lenta, terminaram em
casamento. As festas duraram até o início da década de 2000.
Brincadeira dançante no Clube Municipal
Fonte: Thiago Bueno Camilo
O Complexo Esportivo Ver. Pedro
Rampelotti, construído na gestão de Mário Forastieri e Paulo T. Honda, também
deu novo impulso à prática esportiva. No local era possível praticar futebol
suíço, vôlei e futebol de areia. Além disso, havia um bar, vestiários para os
atletas e arquibancadas. Na segunda gestão de Antônio Carlos Zampar e Benedito dos Santos, foi construída uma quadra escolar no lugar do campo.
Complexo Esportivo Ver. Pedro Rampelotti
Fonte: Família Forastieri
TALENTOS DE ITAMBÉ
Itambé
abrigou a infância de um ilustre jogador de futebol, que atuou na Seleção
Brasileira em 2008, 2009 e 2010, foi campeão da Copa Libertadores da América e
Mundial de Clubes pelo Internacional, em 2006, e pelo Corinthians, em 2012:
Alex Rafhael Meschini. Ele nasceu em Cornélio Procópio em 25 de março de 1982.
Mas sua família mudou-se para Itambé quando o menino completou um ano de vida,
aqui ele viveu por seis anos. Depois Alex foi com os pais para Santa Amélia,
onde começou a jogar futebol em campeonatos escolares.
Alex com seus amigos Renato e Clodoaldo
na Pré Escola Branca de Neve
Fonte: Clodoaldo Penha Antoniassi
Alex de volta ao CMEI Branca de Neve
com seu amigo Clodoaldo
Fonte: Clodoaldo Penha Antoniassi
Alex
jogando pela Seleção Brasileira
Fonte: http://www.vamovamointer.com/celeiro-de-ases/o-super-alex/
( site pesquisado em 2012)
Vários meninos itambeenses também
buscam o sonho de tornarem-se grandes jogadores de futebol. Como o jovem Yan
Soares, jogador sub-20 do Corínthians. Ele foi Campeão Paulista e Brasileiro
Sub-20, em 2014, e campeão da Taça São Paulo de Futebol Junior pelo
Corinthians, em 2015.
Yan Soares com o troféu
Fonte: Facebook de Yan Soares
Outro itambeense que brilha nos
campos paulistas é Gabriel Veiga. Ele treinou com o professor Ricardo Santana
na quadra do Ginásio Machadinho, dos 9 aos 12 anos. Participou de uma peneira
em Marialva para a equipe do Corinthians. Passou e ficou dois anos no clube,
com o qual venceu a Copa Bandeirantes e a Copa de Ouro. Em 2015, foi para o
Palmeiras, com a equipe, jogou a Copa Brasil e foi disputar o campeonato
mundial no Japão, ficando em segundo lugar. Parcipou ainda da Salvador Cup e
Copa Nike, uma espécie de Libertadores das categorias de base, ficando entre as
três melhores equipes. Ainda em 2016, Gabriel foi campeão paulista Sub-15.
Gabriel Veiga com a taça de campeão paulista Sub-15, 2016
Fonte: Gabriel Veiga
No futsal, Vitor Hugo da Silva é uma grande revelação itambeense. Ele
começou a treinar aos 12 anos, com o Professor Milton, no Ginásio de Esportes
Machadinho. Representou Itambé nos Jogos da Juventude e no Piá Bom de Bola. Em
2002, entrou para a equipe AMAFUSA, de Maringá, com a qual foi campeão
paranaense sub-17, duas vezes campeão paranaense sub-20 e campeão dos Jogos da
Juventude. Em 2007, foi artilheiro da Taça Brasil Sub-20, em Belém do Pará. Lá,
recebeu o convite para atuar no futsal gaúcho. Então em 2008, foi para a cidade
de Farroupilha/RS, atuar na equipe USC Cortiana, conquistando o campeonato
juvenil do estado.
Em 2009, sofreu fraturas e, após
cirurgias voltou ao Paraná para atuar na equipe de Umurama. Mas retornou ao
futsal gaúcho no ano seguinte. Suas maiores conquistas vieram com o Jaraguá
Futsal, de Jaraguá do Sul/SC. Entrou para a equipe em 2014, conquistando o
terceiro lugar na Liga Nacional de Futsal. No ano seguinte, foi campeão
catarinense e conquistou a Taça Brasil. Em 2016, atuou na equipe Tulpar, do
Cazaquistão. Pela Copa Eremenko, foi eleito o melhor fixo. Atualmente, Vítor
está defendendo o Joaçaba, equipe catarinense, e disputando o campeonato
estadual de 2017.
Vítor recebendo o troféu de melhor fixo
da Copa Eremenko, do Cazaquistão
Fonte: Vitor Hugo da Silva
Um grande destaque para o esporte do
Município
foi a vitória na Copa Regional Amadora da
Liga Desportiva de Maringá 2014. Jogando em casa contra o E. C. Paiçandu, a
equipe de Itambé venceu por 2X1 e deu o título inédito ao Município.
Fonte: Facebook da Liga Maringá