quarta-feira, 1 de março de 2017

HISTÓRIA DE ITAMBÉ - PARTE 24


                                       CULTURA
                  
                                               ENSINO MUSICAL

          Como já mencionados, os primeiros professores de música de Itambé foram os senhores Francisco Pereira de Avelar e Amilton Jeremias. Depois deles, Jurema da Silva Moreski ensinou piano e acordeon. Sônia Paruche ensinou violão e canto. Ambas lecionavam em suas casas.

          Mas a cidade também contou com escolas de música. A primeira foi o Centro de Ensino Musical Heitor Villa Lobos, de Lucimeire Severo da Silva Lima. Ela morava em Mandaguari, onde iniciou seus estudos musicais de piano com a Professora Joana Nacif, no Conservatório Musical Santa Cecília. Em Jandaia do Sul, formou-se em órgão eletrônico com a Professora Vera, com o objetivo de tocar nos cultos da Congregação Cristã no Brasil. Lucimeire estudou música na escola da Prof.ª Selma, hoje Academia de Música de Mandaguari, e na Congregação Cristã de Mandaguari. Em 1985, se casou com o Oséias Gonçalves de Lima, mudou-se para Itambé em 24 fevereiro de 1985. Em 26 de julho, já começou a ensinar música popular em sua casa e música religiosa na Congregação Cristã de Itambé. As aulas eram de órgão eletrônico. Sua primeira aluna foi Ana Maria Calixto, depois a Prof.ª Gertrudes Granero e sua filha Silvana. Como o número de alunos aumentou muito, a sala da casa de Lucimeire ficou pequena, seu esposo construiu uma salinha no quintal, que foi ampliada e tornou-se uma escola de música, denominada Centro de Ensino Musical Heitor Villa Lobos. Então uma professora de piano mudou-se para Itambé e as duas montaram uma escola maior, na Rua Dr. Lafayete Grenier, esquina do antigo hospital. O Centro chegou a ter 110 alunos, nos cursos de piano, órgão e pintura em tecido.


Professores e alunas do C.E.M. Heitor Villa Lobos, 1997
Fonte: Ana Carolina de Angeli Vitorino

            Eram feitas audições no Clube Municipal de Itambé e também na Avenida São João que atraíam centenas de expectadores. Depois que a professora de piano foi embora, Lucimeire voltou ao prédio da antiga escola, na Rua Santo Indalécio. Lá, ela começou a formar professoras de órgão eletrônico para ajudá-la em seu trabalho, como: Benedita Machado, Márcia Pedrine, Alessandra Camilo, Viviane Grigoleto, Tatiane Antoniassi, Kátia Bianchessi, Cláudia Rizzo. Esta equipe ensinou muitos itambeenses a dominar os saberes musicais e descobriu novos talentos. Um deles se destacou nacionalmente: Amanda Hannay Matsumoto, entre cinco e seis anos de idade, participou do 4º Festival de Música Minami, em 1993. Na sua categoria, a menina ficou em primeiro lugar no Paraná, depois foi para São Paulo, no Anhembí, concorrer a nível nacional, onde ficou em segundo lugar com a música I can get now, dos Rolling Stones. Pois, de acordo com Lucimeire, não poderia haver dois primeiros lugares para o mesmo Estado e já havia uma vencedora de Maringá, em outra categoria. Mesmo assim, o feito foi histórico e encheu de orgulho os itambeenses, sendo destaque no Jornal O Diário do Norte do Paraná, na edição de 24 de novembro de 1993. Hoje a menina prodígio é médica. 

Amanda Hanai Matsumoto participando do concurso
Fonte: Família Pavesi

         Após quatro ou cinco anos de ensino, o órgão eletrônico perdeu espaço para o teclado, um instrumento mais prático de transportar, de tocar e com mais recursos. Então, o Centro dedicou-se mais ao ensino deste instrumento.
         Lucimeire precisou mudar-se para Maringá devido ao trabalho do marido, então sua escola foi fechada. Em 2007, ela voltou a Itambé. Neste ano foi criada a Divisão Municipal de Cultura, gestão de João Cabrera e Vítor Ap. Fedrigo. A chefe da Divisão convidou a Prof.ª Lucimeire para ensinar flauta doce às crianças de Município como voluntária. Proposta que foi aceita prontamente. A Prefeitura Municipal de Itambé, tanto na gestão de João Cabrera quanto na de Antônio Carlos Zampar, colaborou com o projeto proporcionando curso de capacitação em flauta da Yamaha para Lucimeire e sua aluna Bruna Willena, além da aquisição de instrumentos para os alunos. Pouco tempo depois, os pais dos alunos da flauta pediram para que Lucimeire também ensinasse teclado aos seus filhos. De aluno em aluno, o Centro de Ensino Musical Heitor Villa Lobos foi reaberto. Segundo Lucimeire, a própria comunidade a incentivou a voltar ao ensino da música. Em 2012, além de lecionar flauta com voluntária para cerca de quinze alunos, sua empresa prestava serviços no Projeto Piá, pela Prefeitura Municipal de Itambé, onde 35 crianças eram beneficiadas com o ensino deste instrumento, e também na Escola Municipal Domingos Laudenir Vitorino, com coral, teclado e flauta. No C.E.M. Heitor Villa Lobos, é ensinado teclado, violão, órgão eletrônico, canto coral, piano e bateria para 92 alunos. Para mostrar o talento dos discentes, são realizadas audições durante o ano.
              Para Lucimeire: “A música é a arte de manifestar os sentimentos. Se você mexe com a música, por mais triste, ou alegre, com problemas, ou sem problema que esteja, o sorriso de uma criança e sua satisfação de tocar valorizam muito o seu trabalho.”                  
            
             Outra escola de música de merece destaque é a de Márcia Josefa Pedrini. Ela nasceu no Bairro Catarinense, Município de Itambé. Começou a interessar-se por música por intermédio de seu pai, Onildo Pedrini, que a levava nas missas da Igreja do bairro e a incentivava a cantar. Seu pai tocava cavaquinho e violão e, quando Márcia completou sete anos, ganhou dele um violão.  A menina começou a estudar o instrumento aos onze anos de idade, ao mudar-se para Itambé e conhecer a Professora Sônia Paruschi. Logo, passou a tocar na Igreja Matriz Nossa Senhora das Graças de Itambé, junto com suas colegas Ana Cristina e Silvana Bonilha. Seu pai a acordava todos os domingos bem cedo para isso. Márcia lembra que ainda não tocava muito bem, mesmo assim, o pai ensaiava durante a semana com ela, para que pudesse tocar. Onildo foi o grande incentivador de Márcia. Anos mais tarde, ela fez aulas de piano com a Professora Jurema da Silva Moreski. Em meados dos anos 80, Márcia conheceu a Professora Lucimeire Severo de Lima, teve aulas de órgão eletrônico e, como aprendia rápido, logo tornou-se  professora do C.E.M. Heitor Villa Lobos. Como o teclado passou a interessar mais os alunos, Márcia fez o curso e também lecionou neste centro por seis anos. Depois, decidiu abrir sua própria escola de música.
          A Professora Márcia fez aperfeiçoamento musical na Escola Solar do Som, em Maringá, começou a dar aulas de violão e teclado em sua própria casa. Mas, em 1995, com o aumento no número de alunos, ela precisou alugar uma casa, na Rua Lindolfo José da Silva, para melhor atendê-los. Abriu sua escola “Academia Musical de Itambé”.  Contou com o apoio da Professora Adriana B. Ossucci por oito anos. Alguns alunos que se destacavam também se tornavam professores. O número de alunos girava em torno de cinquenta e sessenta por ano. Márcia diz que tudo era motivo para que eles fizessem apresentações. Os alunos tocavam nas agências bancárias, escolas, datas festivas da cidade, igreja. Tocavam até em cima de caminhões para lanchonetes, sorveterias e nas festas juninas, além de casamentos e festas da Igreja. Márcia sempre lhes dizia:

         “Não tenha medo de tocar. Você está dando o melhor que pode; se você errar dessa vez, na próxima, vai acertar.”    
         
         A Academia Musical de Itambé encerrou suas atividades em 2004. Para dedicar-se à família, Márcia abriu mão de sua escola.

Márcia J. Pedrini com sua aluna
Fonte: Márcia J. Pedrini

                  Hoje, a professora ainda está ligada à música. Ela participa como voluntária do Projeto Cantando na Igreja, ensaiando um coral com quarenta crianças. Também atua no Projeto da Professora de teclado Nídia Mara Arf. O coral canta no terceiro domingo de cada mês na missa das crianças, às dez horas da manhã, em outras missas e também em outras cidades.
             Outras professoras que também abriram escolas de músicas foram: Alessandra Mara Camilo, Tatiane Antoniassi e Cláudia Jorge Rizzo, graduada pela Faculdade de Música e Belas Artes do Paraná, na opção piano. Outras pessoas ainda lecionavam em casa mesmo. Isto mostra que a música sempre foi uma paixão para os itambeenses.
             Pâmela D. dos Santos Ramos é outro destaque da história musical do Município. Cidadã Itambeense, neta do músico que fez parte da Banda Carlos Gomes, Fortunato Antônio dos Santos, Pamela iniciou seus estudos aos sete anos com a professora Rosângela Coneglian, já tendo como seu instrumento principal o piano. Dois anos depois, começou a estudar órgão eletrônico com a professora Lucimeire Severo da Silva Lima, mantendo as aulas dos dois instrumentos em paralelo. Com o fechamento da escola da professora Lucimeire, a aluna foi indicada e ingressou na escola Solar do Som em Maringá, com a professora Ginai, concluindo seus estudos em órgão eletrônico no ano de 2005.
          No ano de 2006, ingressou no curso de Graduação em Música da Universidade Estadual de Maringá, sob orientação do professor e pianista Yuri Pingo. Em 2007, foi convidada a representar o Brasil no Encontro de Jovens Pianistas do MERCOSUL, realizado em Buenos Aires- Argentina, sendo agraciada com duas bolsas que custearam todo o curso. No mesmo ano, foi premiada no 21° Concurso Nacional de Piano Art- Livre- SP.
        Pâmela foi bolsista como pianista co-repetidora da universidade Estadual de Maringá no ano de 2008.  Participou como pianista na Orquestra Filarmônica Cesumar nos anos de 2006 a 2010, fazendo concertos por todo o Estado. Em 2011, obteve o prêmio de 2º lugar no concurso nacional de piano Souza Lima. Pamela cursou mestrado em música pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) como bolsista da Capes. 

Pamela D. dos Santos Ramos
Fonte: Maria Helena Zampar dos Santos

              Rafael Morais também é um talento itambeense na música. Cantor e compositor, Rafael interessou-se por música quando precisou fazer um trabalho de Educação Física na escola, era para apresentar uma dança, mas ele sugeriu aos colegas que ao invés de dançar, eles poderiam cantar. Daí em diante, ele decidiu aprender a tocar violão e cantar. A sua carreira teve início de uma forma bem inusitada. Ele devia dezessete reais no Raul Lanches, então ele sugeriu ao dono da lancheria pagar a conta com um show para atrair mais fregueses. Como Raul iria inaugurar um novo local para seu comércio, ele aceitou a proposta. Por causa da apresentação, Rafael foi convidado por uma dupla sertaneja de Itambé para tocar com eles. Nessa época, aos 16 anos, Rafael trabalhava num escritório de contabilidade e resolveu deixar o emprego para investir na carreira de músico. Junto com a dupla, ele tocava em bares de Maringá.
               Atualmente, ele faz parte do grupo Rafael Morais Trio, com André Lauer e Gabriel Moraes. O grupo já gravou CDs e faz muitos shows em Maringá e região. Além de tocar e cantar, Rafael luta para abrir espaço aos músicos locais; participou do Femucic, Festival de Música Cidade Canção, de Maringá, em 2013, com a composição “Morena”.  

Rafael Morais
                                       
                                    LITERATURA
                         
          Na área da cultura, Itambé ainda se destaca nas artes literárias. Um exemplo é a itambeense Katine Hellen Lain Assis, filha de Dionisio Assis Pinto e Cinira Assis Pinto. Seu pai chegou a Itambé em 1955 e era alfaiate. A família viveu aqui até 1978. Katine estudou nas escolas de Itambé depois mudou-se para Curitiba. Mas ela retornou à cidade no dia 8 de setembro de 2011 e trouxe na bagagem um grande tesouro: seu livro CURITIBA PARAMAR. O romance narra uma história de amor que tem como pano de fundo a Capital Estadual. Katine fez questão de doar um exemplar ao povo de Itambé, que foi recebido pelas mãos do Prefeito Antônio Carlos Zampar. O livro está disponível na Biblioteca Municipal Gibson Linhares Monteiro.  Assim ele descreve sua vida e a da família em Itambé:

         “Éramos seis irmãos. Logo (os pais) compraram uma "data" e construiram a nossa casa e lá vivemos até mudarmos para Curitiba. Precisávamos estudar, trabalhar e o Município já não oferecia o que pretendíamos conquistar. Nossa família, apesar de trabalharmos bastante, sempre foi muito desprovida de recursos financeiros. Não tínhamos terras. Nós seis nascemos em Itambé, tivemos uma infância feliz, aprendemos a interagir, sabiamente, com a natureza, princípios que formaram os alicerces de nossas vidas. Cursei até a Escola Normal Colegial Victor do Amaral, assim como minhas irmãs. Gosto muito de minha querida cidade.”

Prefeito Antônio Carlos Zampar recebendo o livro de Katine
Foto: Denizia Moresqui

            O estímulo à literatura também faz parte da educação de Itambé, principalmente à poesia. Em 1987, Amal Saade Said, professora de Português e Inglês, recém-formada, com uma vontade imensa de exercer a profissão, iniciou uma carreira com a qual se identificou muito: o trabalho com o conhecimento, com o novo, com estruturas formais da Língua e literatura, com o academismo. Mas sentia que faltava alguma coisa, pois não via os estudantes como algo em que podia depositar conhecimentos e cobrar mais tarde com avaliações formais. Os via como alguém de quem podia tirar muito, pois possuíam, cada qual, sua cultura, seus conhecimentos individuais e, o melhor, seus sentimentos. Assim ela descreve o início de sua história com poesia no Colégio Est. “Olavo Bilac”:

        “Trabalho com "Gente" que além da fome do saber, tinha muito que mostrar, exibir e criar em suas individualidades artísticas. Assim, timidamente, comecei a trabalhar o tradicional de forma lúdica com declamações de textos poéticos, musicais e algumas criações dos próprios alunos.”

        A empolgação foi geral. A Professora se surpreendeu ao ver alunos e alunas do magistério, contabilidade e agropecuária expondo suas veias artísticas. E  isso se tornou pouco diante de tantos valores artísticos ali, dentro da sala de aula, onde o tradicional deu lugar ao novo e seu trabalho docente passou a ser mais saboroso.
        A rima, o ritmo, a métrica academistas passaram a ser apenas detalhes diante de novos poetas  que  nasciam cheios de lirismo e vontade  de mostrar  sua visão de  mundo interior e exterior.
       Assim, passou a fazer parte do plano de curso do Colégio Estadual  Olavo Bilac o Concurso Anual de Poesia ( registrado nos Anais  de concurso poético da escola)  entre  alunos, culminando com uma noite de gala onde declamações, musicais e encenações encantavam e encantam  a plateia. Como dizia nosso saudoso Olímpio Hirata, que registrava a cada ano o evento: "Amal, este ano superou o anterior, está tudo muito lindo".
            A Professora revela que, quando o cansaço de quase  vinte sete anos de magistério quer falar mais alto, se lembra dessas palavras que a estimulam a prosseguir com a tradicional Noite da Poesia,  para que  continue fazendo sucesso neste trabalho árduo, mas concreto e prazeroso que a realiza até hoje.

Professora Amal e alunos participantes da Noite da Poesia
Fonte: Colégio Estadual “Olavo Bilac”

             A iniciativa contagiou outras escolas de Itambé, como a Escola Municipal “Domingos Laudenir Vitorino”, de Ensino Fundamental, que realiza anualmente a Noite da Poesia, destacando as produções de seus alunos, e a Escola Estadual “Prof. Giampero Monacci” que realizou o concurso nos anos de 2008 e 2009.                                                                                               

                                           CASA DA CULTURA

          A Casa da Cultura Professora Yara Nobre de Almeida Grenier foi construída em 1996, na gestão do Prefeito Mário Forastieri e Vice Paulo Messias da Silva Paixão, com recursos da Secretaria de Estado da Cultura. Porém só entrou em funcionamento onze anos após a conclusão da obra, em agosto de 2007, quando os mobiliários e os equipamentos de imagem e som foram adquiridos com recursos do Ministério da Cultura, na gestão de Antônio Cabrera e Vítor Aparecido Fedrigo. Então foi feita a nomeação da Professora da Rede Municipal de Educação Denizia Moresqui para chefiar Divisão Municipal de Cultura. 

Casa da Cultura Profª. Yara Nobre de Almeida Grenier
Foto: Denizia Moresqui

         A Casa, que contou com a colaboração da zeladora Nilcéia Maria Pereira de Jesus e do técnico de som, Washinton Clayton Bindewald, passou a ser o principal centro de eventos do Município, onde são realizadas formaturas, gincanas, apresentações artísticas, reuniões.
          Em 2007, o Departamento M. de Educação, a Fanfarra Michel Naufel e a Divisão M. de Cultura voltaram a promover os Desfiles da Independência, que haviam cessado por alguns anos. O evento, que conta com a participação de alunos, professores, funcionários públicos e comunidade, é realizado no dia 7 de setembro, no período da manhã, na Avenida São João e atrai um grande público. O desfile tem por objetivo ensinar aos jovens e lembrar os mais velhos a importância desta data que marca o fim da dominação portuguesa sobre o Brasil. 

Desfile da Independência, 2008
Foto: Denizia Moresqui

          Além disso, a então chefe da Divisão de Cultura e também professora da Esc. Est. “Prof. Giampero Monacci”, Denizia Moresqui ensaiava adolescentes para encenações de peças teatrais voltadas ao público infanto-juvenil. Foram encenadas: Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve, João e Maria, O Nascimento de Jesus, O Flautista de Hamelin, A Festa no Céu, O Mágico de Oz, entre outras. Cerca de trinta adolescentes participavam do projeto.

Grupo Tem Teatro, alunos da Esc. Est. “Prof. Giampero Monacci”
Foto: Denizia Moresqui
                              
            Havia na cidade outros grupos de teatro, como o Grupo Aliança, da Igreja Presbiteriana Independente. Liderado por Neide Marinho, o grupo leva a Palavra de Deus às pessoas através de peças que emocionam e ensinam os espectadores. As apresentações eram realizadas tanto na Casa da Cultura, quanto nas ruas, escolas e Igreja. Participavam do elenco crianças, jovens e adultos.

Grupo Teatral Aliança
Foto: Denizia Moresqui

        Já o Grupo Miragem começou seu trabalho em 2005, com a encenação das peças “Simplesmente Maria” e “A Paixão de Cristo”, na Igreja Anjo da Guarda, Bairro Moreschi. As peças também foram exibidas na cidade de Itambé. O grupo apresentou-se inúmeras vezes na zona rural, pois era formado por moradores desta área. Em 2010, o Miragem participou do Festival de Teatro Estudantil de Maringá, com a peça Romeu e Julieta no País da Treta, e ganhou dois prêmios: melhor ator coadjuvante, para Leonardo Josué Vicente, e melhor sonoplastia. Outras peças montadas pelo Miragem foram: Deu a Louca na Princesas, Patatí Patatá e Branca de Neve, Por te amar, entre outras. Quatro membros do grupo também estrelaram o filme de curta metragem A Galinha ou Eu.

Deu a louca nas princesas, Grupo Miragem, 2010
Foto: Denizia Moresqui

                                    FILME: A GALINHA OU EU

         Em 2010, a então Chefe da Divisão de Cultura, Denizia Moresqui, participou de um concurso nacional denominado Revelando os Brasis, promovido pelo Instituto Marlim Azul e patrocinado pela Petrobras. O concurso seleciona histórias de moradores de municípios com até vinte mil habitantes para se tornarem filmes de curta metragem. A história enviada por Denizia relatava um episódio de sua própria infância ocorrido no Bairro Moreschi.

Cena do Filme A GALINHA OU EU
Foto: Eder Garcia

       Quando estava com cinco anos de idade, a menina vivia numa fazenda com sua família e cercada de animais. Ela tratava os bichos como se eles fossem gente, conversava com as vacas, galinhas, cavalos. Um dia, porém, a ela ficou com raiva de uma galinha e passou a persegui-la pelo quintal. A galinha, para escapar, entrou numa privada. Denizia vai atrás e, quando a ave se viu acuada, voou e acabou caindo dentro do buraco da privada. A menina ficou desesperada porque sabia que se contasse tudo à mãe, iria levar uma surra. Mas a galinha seria salva. Se não contasse, deixaria a ave morrer e escaparia da surra. Então a criança decidiu deixar o animal no buraco. Tempos depois, o pai de Denizia resolveu desmanchar a privada pra construir outra. Quando o assoalho foi retirado, a galinha foi retirada de lá viva. A menina ficou surpresa, mesmo assim não contou a ninguém quem foi a responsável pela tragédia galinha.
         Tendo sua história selecionada entre quarenta de todo o Brasil, Denizia passou duas semanas no Rio de Janeiro fazendo um curso de cinema na Rio Filme, com profissionais de roteiro, direção de arte, fotografia, produção, edição, etc. Nestes dias de curso, a Petrobras escolheu, dentre os quarenta participantes, um para fazer um reality show mostrando os bastidores da produção cinematrográfica. Denizia foi escolhida e estrelou o Programa Raio X Petrobras, disponível em seis episódios no You Tube. Uma equipe de filmagem do Rio de Janeiro viajou quatro vezes ao Paraná para produzir o programa.

Equipe de filmagem que gravou o Programa Raio X Petrobras
Fonte: http://www.odiario.com/dmais/noticia/364873/itambe-se-prepara-para-as-gravacoes-de-curta-metragem/

         O filme A GALINHA OU EU foi rodado em janeiro de 2011, no município de Itambé. Os atores foram escolhidos na cidade, tendo como atriz principal Juliana Moresqui de Melo e Decol, sobrinha de Denizia. A produção ficou a cargo da empresa Capicua Filmes de Curitiba. A Prefeitura Municipal, gestão de Antônio Carlos Zampar e Benedito dos Santos, prestou total apoio ao projeto, disponibilizando motoristas, materiais de consumo e parte do figurino. A edição foi feita no mês de fevereiro em Curitiba. 

Filmagem de A Galinha ou Eu
Foto: Eder Aparecido Garcia

         Então, em 16 de junho de 2011, a estreia nacional do Revelando os Brasis aconteceu em Itambé, com a presença da coordenadora do Instituto Marlin Azul, Beatriz Lindenberg e representantes da Petrobras. Mais de 1.500 pessoas puderam assistir ao filme A GALINHA OU EU e outros filmes do Revelando os Brasis IV.  Além de Itambé, a produção foi exibida em várias capitais e cidades do interior do Brasil, no circuito do Projeto. A história também se destacou na Mostra 14 Bis de Cinema, da cidade de Guaxupé-MG, 2011; na Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis-SC, em 2012. Já em 2013, o filme participou de cinco festivais: da Mostra Cineminha na Praça e na Escola, realizada nas cidades de Aparecida, Guarulhos e São Sebastião, todas em São Paulo, do Curta Pinhais, II Mostra de Cinema da Cidade Pinhais//PR, da I Mostra Curta Vazantes, no Ceará;  na Mostra Audiovisual de Dourados/MS; no Projeto Cineminha na Praça, do Instituto Marlin Azul, que percorreu os municípios capixabas de Alegre, Cachoeiro do Itapemirim, Jerônimo Monteiro, Anchieta, Rio Novo do Sul, Domingos Martins, Itapemirim, entre outros, sendo escolhido como melhor filme pelo júri popular. Em 2014, fez parte da 3ª Edição do Festival Superfantástico de Cinema Infantil, que exibiu o filme no Rio de Janeiro e Fortaleza, pelo Projeto Cineminha em Piracicaba e Campinas, São Paulo. Ainda em 2014, ele foi exibido em rede nacional de televisão pelo Canal Futura. Em 2016, foi um dos selecionados pelo Projeto Cine Curta e exibido nas escolas da rede municipal do Rio de Janeiro. O filme completo está disponível no You Tube.

Estreia do Filme A Galinha ou Eu
Foto: Cauê Moresqui de Melo Decol
      
                     LIVRO E FILME SOBRE A HISTÓRIA  DE ITAMBÉ   
        Denizia Moresqui também escreveu este livro sobre a História de Itambé. A pesquisa durou três anos, com mais de cem pessoas entrevistadas, além da busca por informações em livros, trabalhos acadêmicos, sites da Internet. Uma grande ajuda também veio de amigos de redes sociais que colaboraram com fotos antigas e depoimentos que ajudaram a desvender os detalhes da história do município.   

Denizia entregando a cópia do livro ao prefeito Antônio
Carlos Zampar e ao vice Benedito dos Santos
Foto: Basílio Henrique H. Hegéa    

              Após a conclusão do livro, Denizia escreveu um roteiro e partiu para as gravações do documentário ITAMBÉ, O TEMPO NÃO LEVA TUDO. Esse trabalho fez com que ela percorresse mais de mil quilômetros em busca de imagens e pessoas que ilustrassem de forma bela e real a história de Itambé, que abrangeu a história do Paraná. Para filmagens em lugares distantes, ela e o marido, Luís Fernando C. Medeiros, programaram as viagens de férias a locais em que era preciso captar imagens, usando assim seu próprio dinheiro para o trabalho e não honerando a prefeitura. A narração do filme ficou por conta dos itambeenses Rosângela Machado e Gisvaldo Santos.
             As filmagens que mais emocionaram Denizia foram as dos trens entre Londrina e Maringá e as do Rio Ivaí, feitas com o apoio das famílias Machado, Teixeira e Bianchessi.
             O filme foi dividido em partes de vinte minutos e postados no site de vídeos You Tube. Já foram postados três vídeos e ainda faltam três para concluir toda a história. Por causa desse trabalho, Denizia Moresqui foi convidada pela Associação Pró Memória de Londrina a produzir o filme sobre a história de Londrina.

          Denizia filmando as ruínas jesuíticas de São Miguel das Missões/RS
          Foto: Luís Fernando C. Medeiros         
             
                                       BIBLIOTECA CIDADÃ

                 De acordo com a Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, o Projeto Biblioteca Cidadã nasceu em 2004 com o objetivo de promover a democratização do conhecimento às regiões mais carentes do Paraná, através de acervo com quase dois mil livros e instalação de telecentro com cinco computadores ligados à Internet. Mas acabou sendo estendido a outras regiões do Estado e em 2011 chegou a 266 unidades.
                O prédio com 184 metros quadrados, construído sobre terreno doado pela Prefeitura, possui ainda salão comunitário, espaço cívico e de recreação. A Biblioteca Cidadã de Itambé foi inaugurada em julho de 2011, na gestão do Prefeito Antônio Carlos Zampar e Vice-Prefeito Benedito dos Santos, e recebeu o nome da Professora Dulce da Souza Santos, uma homenagem a uma grande pioneira da educação itambeense. Na fachada, há uma pintura que retrata o Saltinho do Rio Keller, feita por artista da região.

Biblioteca Cidadã Prof.ª Dulce de Souza Santos
Foto: Denizia Moresqui

Um comentário:

O circo no Moreschi

 Bairro Moreschi (Fazenda Anjo da Guarda), local onde, possivelmente, o circo fora montado                                           ...